Acessibilidade Sobre Rodas

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Publicado por Raquel Paoliello no dia 28 de junho de 2019

Van do serviço Atende em São Paulo Foto: SPTrans

O Atende é um serviço para transporte de pessoas com deficiência de São Paulo, semelhante aos existentes em várias cidades do Brasil. O atendimento é muito bom e eu o utilizo há bastante tempo. No entanto, recentemente eles fizeram algumas mudanças nas rotas de vans, além de atualizações no regulamento, o que dificultou e muito o acesso ao Atende. Como este assunto é importante para a população PCD, estamos buscando informações para entender as mudanças e atualizar os leitores.

Um ponto que tem provocado bastante reclamação foi a transferência dos serviços para uma cooperativa particular, que não dava conta de todas as viagens. Em junho passado, a prefeitura colocou à disposição dos usuários uma segunda cooperativa, mas os usuários continuam reclamando em relação à qualidade do atendimento.

Para tentar entender o que acontece, o blog foi a campo, para tentar ouvir o secretário da Pessoa com Deficiência, Cid Torquato, além da senadora Mara Gabrilli, que quando deputada federal foi a relatora da Lei Brasileira de Inclusão (LBI).

A senadora respondeu que o projeto da lei foi aprovado em julho de 2015 e prevê mudanças importantes na mobilidade urbana das cidades de todo o Brasil. “Pela Lei, todos os serviços de transporte coletivo – seja terrestre, aquaviário ou aéreo – devem de ser totalmente acessíveis. O mesmo vale para terminais, estações e pontos de parada”, explicou Mara Gabrilli, em nota encaminhada ao Mobilize Brasil. Ela completa:

“De nossa parte (Poder Legislativo), o que sempre lembramos é que também já expirou o prazo de 10 anos estabelecido pelo Decreto Federal 5296/2004, que prevê acessibilidade em todo sistema de transporte. Ou seja, todos os veículos já deveriam ser acessíveis. Mas no dia a dia nas cidades sabemos que esta não é uma realidade, pois nenhuma grande capital do Brasil tem a frota de ônibus 100% acessível para receber os passageiros com todos os tipos de deficiência. Sabemos também que é preciso existir um trabalho duplo de acessibilidade física e acessibilidade atitudinal – sobre como as pessoas com deficiência devem ser tratadas em todos os meios de transporte.
Tem que haver um trabalho de conscientização, de informação, que vai além de adaptar os veículos. Em São Paulo, no metrô a acessibilidade é quase 100%, embora as pessoas tenham que enfrentar o problema da superlotação. Na maioria das estações há elevador para o cadeirante, piso de alerta direcional para os cegos, além de funcionários aptos e postos a atender os usuários com deficiência. Já no serviço da CPTM, de trens urbanos, a questão da acessibilidade ainda deixa muito a desejar. Ou seja, o primeiro passo já foi dado com a Lei, agora é preciso tirar do papel, com a conscientização dos nossos gestores públicos e a fiscalização do Poder Executivo
“, escreveu a senadora do PSDB.

No âmbito da Prefeitura de São Paulo, a Secretaria da Pessoa com Deficiência respondeu em nota que o Programa de Metas (2017-2020) prevê que até o final de 2020, toda a frota terá recursos de acessibilidade e que em 2018, o total de 97% foi atingido. Segundo a Secretaria, SPTrans “conta com um total de 14.361 ônibus, dos quais 13.824 são acessíveis: 7.838 ônibus da frota têm elevadores e 5.986 são veículos com piso baixo”. Segundo os números atualizados pelo Departamento de Transportes Públicos (DTP), 208 táxis (ou cerca de 0,5% de um total de 38 mil) são adaptados para pessoas com deficiência.

Táxi Atende: serviço para chamadas eventuais Foto: SPTrans

Para os usuários, essa frota é insuficiente e explica alguma demora no atendimento. Na opinião da maioria, é preciso melhorar o atendimento pelo telefone 156, ampliar a frota de táxis e aumentar o número de táxis que realizam viagens eventuais. E vocês? Concordam? Dividam suas opiniões conosco!



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Raquel Arruda Raquel Arruda
Jornalista formada pela Unip em 2021, Raquel Paoliello continua a vencer barreiras - físicas e imaginárias. Embora sofra de paralisia cerebral congênita, ela explica: "a deficiência nunca foi uma barreira para mim. Muito pelo contrário; ando (na minha cadeira de rodas) sempre com um sorriso no rosto e uma imensa vontade de viver". Apaixonada por literatura e música, neste blog ela quer mesmo é privilegiar a discussão sobre a inclusão e a luta pela acessibilidade e contra o preconceito.

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