A Holanda de oeste a leste – Mobilize Europa
Mobilize Europa

17
abril
Publicado por admin no dia 17 de abril de 2013

 

Saí de Amsterdam e levei 5 dias para atravessar a Holanda, chegando na Alemanha utilizando apenas a bicicleta. Foram 332km rodados, com forte oposição do vento leste (frio) e sempre por caminhos destinados às magrelas, muitos deles exclusivos. Em todo território holandês, de oeste a leste, pedalei com segurança, sem sequer precisar colocar o capacete. Passei entre pequenas vilas, fazendas e algumas belas cidades, sempre respeitando as leis e os costumes locais.

 

Exceto por Amsterdam, com uma infinidade de modais para o transporte (trem, metrô, barco, bicicleta, carro, ônibus, trolebus e assim vai), as outras cidades contam basicamente com uma bem desenvolvida estrutura ferroviária, rodoviária, cicloviária e de calçadas. Além das ciclovias, que eu conheci mais de perto, foi fácil perceber a importância do transporte ferroviário por todo o país.

Mobilize_bicicleta_rio na estac_a_o

 

As cidades parecem ter se desenvolvido em função das estações de trem, que concentram grande número de bicicletas e bicicletários, sem falar é claro do fluxo de pessoas. Das estações centrais saem viagens para diversas localidades, com horario marcado, painéis explicativos e tudo que você possa imaginar. As composições variam de tamanho, contando as vezes com apenas 3 vagões, em outras com mais de 10. Também é a partir dali que você consegue “entrar” mais facilmente nas rotas de bicicleta, extremamente ramificadas.

 

 

Nas regiões por onde passei quase não vi cidades com transporte metroviário. Por outro lado, não me lembro de uma pequena cidade sem uma estação de trem, ciclovias e boas calçadas, com pavimentação específica e muito bem sinalizadas. De Amsterdam a Almeere, de Almeere a Nijkerk, de Nijkerk a Apeldorn, de Apeldorn a Enschede e de Enschede a Rheine, já na Alemanha, foram poucas as vezes que tive que dividir espaço com automóveis, e nestes casos,  tive prioridade absoluta.

 

acesso controlado de automoveis

Dentro da cidade os carros de passeio tem regras bastante específicas: em algumas áreas sua velocidade máxima não pode ultrapassar os 30km/h: são as vias menores, compartilhadas com as bicicletas e pedestres, geralmente em bairros residenciais ou no centro, com pavimento semelhante ao paralelepipedo, mas vermelho.

 

Em outras áreas, a velocidade máxima permitida é de 60km/h: muitas vezes estas ruas, mesmo sendo de asfalto e mão dupla, tem uma única pista central e a marcação das ciclovias em ambos os lados.

 

 

ciclovia e ponto de onibus

 

Ali cabem exatamente dois carros, emparelhados lado a lado, mas de fato eles não andam assim. O compartilhamento da via faz com que os veículos desenvolvam baixa velocidade, pois sabem que outro veículo pode vir no sentido contrário, além da preferencial ser sempre da bicicleta. Já as estradas de médio porte possuem duas pistas, uma em cada sentido, além de um acostamento gramado que as separa das ciclovias. O limite de velocidade geralmente é de 70km/h. Não cheguei a conhecer as grandes rodovias, onde o tráfego de bicicletas é proibido, nem precisei delas.

 

 

Os ônibus correm muitas vezes por vias exclusivas, em outras, dividem espaço com os carros e as bikes. Nas cidades e em boa parte das estradas, os pontos de ônibus contam com paraciclos, mapas da região e explicação completa dos itinerários de cada linha. Alguns possuem painéis digitais com os horários de chegada dos carros. Em uma pequena estrada próxima a Apeldorn, por exemplo, o ponto de ônibus possui até um sistema de entretenimento, em que o usuário pode escolher uma história para ouvir enquanto aguarda o transporte.

ShortStory

Cada história tem uma duração em minutos especificada, o que torna possível escolher um conto compatível com o tempo que lhe resta. Tanto nas cidades quanto nas estradas os pontos de ônibus são em forma de cabines, cobertas e com bancos, protegendo o cidadão da forte incidência do vento.

 

Já pelas calçadas percebi algo inusitado: o deslocamento de uma grande quantidade de senhores e senhoras em cadeiras de roda elétricas. Nunca havia visto em toda minha vida uma quantidade tão grande destes aparelhos. Confesso que fiquei feliz quando notei que estavam por toda a parte. De fato estes indivíduos estão tão inseridos na logística do deslocamento que demorei a notá-los. Muitas vezes os cadeirantes usam as ciclovias, em outras as calçadas, mas o importante é que com o equipamento elétrico e vias totalmente acessíveis, conseguem desenvolver boa velocidade e chegar sozinhos aonde querem. Chegando na Alemanha já pude sentir a diferença com relação a Holanda, principalmente no que tange a sinalização. Assim que pedalar mais um pouco por aqui compartilho minhas impressões com vocês! Um grande abraço
 
Leia o outro blog de Du Dias, Dicamelo: http://dicamelo.wordpress.com/
 
 
 



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