Palavra de Especialista

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Publicado por Ricardo Corrêa no dia 02 de abril de 2012

Na última terça-feira, 27 de março, aproximadamente 50 pessoas de 18 empresas se reuniram para participar do workshop Mobilidade Corporativa no escritório da International Finance Corporation (IFC), localizado na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, ao lado da ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira, que conecta as pistas expressas da Marginal do Rio Pinheiros à Avenida Jornalista Roberto Marinho.

 

Participaram do evento as seguintes empresas: Brasil Warrant, Toyota do Brasil, IBM, Laureate International Universities, International Finance Corporation (IFC, parte do grupo do Banco Mundial), GE Energia, Natura Cosméticos, Microsoft, Cisco, Hines, Monsanto, Proxis, HP, Sky, Tishman & Speyer, Abrapp, Giovanni FCB e Hotel Hilton.

 

O objetivo era encontrar soluções para a mobilidade na região, que sofre com o trânsito nos horários de pico. Os parceiros do evento – Caronetas, Bike Anjo, Zazcar, Trasfretur, Sobratt e TC Urbes – foram convidados a apresentar seus trabalhos e caminhos possíveis para a diminuição do trânsito local e consequente ganho de mobilidade.

 

As grandes preocupações apresentadas foram quanto aos estacionamentos na região – o alto custo e a escassez –, o estresse gerado pelo trânsito e o impacto no meio ambiente.

 

Foram apresentadas diversas possibilidades de mitigação do trânsito local pelos parceiros do evento, que também contava com representantes da CPTM e CET.

 

É interessante observar que os motivadores desta conferência são justamente a falta de planejamento e a saturação do modelo automobilístico, além da ausência de uma política pública voltada para a melhoria do sistema de transporte sobre trilhos, do transporte coletivo sobre pneus e os modos suaves: pedestres e bicicletas. E, é claro, um plano urbanístico que favoreça que as pessoas possam morar próximas ao seu trabalho, sem a necessidade de grandes deslocamentos.

 

O contínuo incentivo aos modos motorizados individuais gera o ciclo vicioso: mais ruas, mais carros, mais congestionamentos, mais ruas, mais carros, e assim por diante. O que chega a ser caricato neste caso, uma vez que a vista que se tinha da janela da conferência era, justamente, da ponte estaiada, cujo custo foi previsto em aproximadamente R$ 184 milhões e por onde só transitam carros de passeio. A obra foi viabilizada por meio da venda de CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) das regiões próximas, que motivaram as empresas reunidas no workshop a se instalarem no local, e que agora estão revendo o modelo de mobilidade que escolheram.

 

Com o mesmo valor da construção da ponte, seria possível implantar na cidade aproximados mil quilômetros de ciclovias ou quinze quilômetros de corredores de ônibus de alta capacidade, beneficiando mais de cinco vezes o número de pessoas que passa pelo Complexo Viário Octávio Frias de Oliveira. Sem falar no impacto ecológico da construção da ponte e das altas torres com seus profundos estacionamentos na margem de um rio que um dia serpenteava por aquele local.
Não parece à toa que um dos apelidos recebidos pela ponte tenha sido “ratoeira”.

 

O Projeto na mídia:

Gilberto Dimenstein na rádio CBN.
Catraca Livre Folha de São Paulo.



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