Ministro das Cidades teria aprovado fraude que encarece projeto da Copa

A obra, inicialmente orçada em R$ 489 milhões, passou a custar R$ 1,2 bilhão, ganhando respaldo do Ministério das Cidades

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 |  Autor: Jornal do Brasil  |  Postado em: 25 de novembro de 2011

Mário Negromonte

Mário Negromonte

créditos: blogdogusmao.com.br

Com o aval do ministro Mário Negromonte, o Ministério das Cidades aprovou uma fraude documental para dar respaldo técnico a um acordo político que alterou um projeto de infraestrutura de Cuiabá (MT), com vistas à Copa do Mundo de 2014, que encareceu a obra em R$ 700 milhões. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, um documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Viana, com autorização do chefe de gabinete de Negromonte, Cássio Peixoto, adulterou o parecer técnico que vetava a mudança do projeto do governo mato-grossense de trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).


 A mudança foi publicada no dia 9 de novembro, na nova Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo. Segundo o jornal, a troca passou por uma negociação política entre o governador do MT, Silval Barbosa (PMDB), o ministro Mário Negromonte, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). O acordo, entretanto, esbarrava nos estudos técnicos do próprio governo federal, assinados pelo analista Higor Guerra. O parecer de Guerra, do dia 8 de agosto, mostrava que os estudos do governo de MT "não contemplaram uma exaustiva e profunda análise comparativa". Em gravações obtidas pelo jornal, Luiza Viana disse que a ordem para mudar o parecer partiu de Peixoto e Guilherme Ramalho, coordenador-geral de Infraestrutura da Copa de 2014 do Ministério do Planejamento. Diante do pedido de troca, Guerra negou-se a assinar o outro documento e pediu desligamento da função. Assim, Luiza Viana e a nova gerente de projetos, Cristina Soja, assinaram o novo documento, aproveitando as primeiras páginas do texto anterior, mas alterando a conclusão. Onde havia a expressão "não contemplaram", em referência à falta de estudos para alterar o projeto, foi incluída apenas a palavra "contemplaram" no parecer técnico forjado.


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