Uma parada para descansar

O ano foi duro de roer. Relaxe e festeje a vida, a cidade

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Equipe Mobilize  |  Postado em: 16 de dezembro de 2016

Uma cidade para, enfim, descansar
créditos: Imagem: Marília Hildebrand

Amig@s,  
 

Estamos a duas semanas do final de 2016, ano difícil, pesado, sombrio. Inevitável lembrar o conhecido texto de Roberto Pompeu de Toledo que discute a esperteza humana de fatiar o tempo em anos, como estratégia de sobrevivência. Ninguém suportaria uma vida inteira sem esse respiro a cada doze meses. Assim, conseguimos sobreviver aos tempos mais áridos, como estes que vivemos agora.

 

Mas, apesar dos trancos, 2016 também revelou algumas boas notícias, pelo menos na área de mobilidade urbana. Em São Paulo, a malha cicloviária cresceu de forma consistente e atingiu quase 500 km, bem além da meta de 400 km lançada em 2014. Com isso, aumentou também o número de bicicletas circulando pela cidade, melhorando sensivelmente a relação entre motoristas e ciclistas. Há ganhos, ainda, com a implantação dos novos limites de velocidade em avenidas, o que reduziu o número de acidentes e de mortes no trânsito paulistano. A lembrar, ainda, a consolidação das faixas exclusivas de ônibus e a política de ruas abertas aos domingos, aprovada por todos que já experimentaram esses espaços. 

 

No Rio, além dos vários quilômetros de corredores de ônibus, há o VLT na área central e a novíssima linha 4 do metrô, que está chegando na Barra. Destaque também para Curitiba, primeira capital brasileira a implantar uma Área Calma - zona com velocidade reduzida a 40 km por hora: o experimento acaba de completar um ano, com redução de 32,5% nos acidentes de trânsito.  Em Salvador, a linha 2 do metrô já está em plena operação e várias cidades do Nordeste têm planos e projetos para novos BRTs e VLTs.

 

Há, ainda, boas novidades em Joinville, Goiânia, Belo Horizonte, Vitória, Florianópolis, Porto Alegre, João Pessoa, Santos, Uberlândia, Campina Grande, Aracaju e dezenas de outras localidades, em todo o país. Obviamente não podemos olhá-las caso a caso neste editorial, sem falar do que vimos durante o ano em outras paragens, ao redor do mundo.

 

Não cabe também aqui listar os problemas que persistem em trens, metrôs, teleféricos, corredores de ônibus, ciclovias e sistemas de barcas, em todo o Brasil. Essa tarefa exigiria um livro... Mas, convém destacar o pouco caso com que os prefeitos e governadores continuam a tratar a mobilidade a pé. Calçadas seguem esburacadas, semáforos ainda dão preferência aos automóveis, não há sinalização que oriente pedestres e, de forma geral, não existe a menor preocupação com acessibilidade no meio urbano. A Lei Brasileira de Inclusão, que vigora desde julho passado, responsabiliza diretamente as prefeituras pela manutenção de calçadas e outros equipamentos de mobilidade, mas, aparentemente, a ficha ainda não caiu para os atuais e novos prefeitos. 

 

O que fazer? Em 2017 realizaremos a segunda edição da Campanha Calçadas do Brasil para ver em que buracos andam os pedestres e cadeirantes do país. E depois vamos levar os problemas e sugestões aos novos gestores públicos. Enfim, temos muito trabalho à frente.

 

Por enquanto, para fechar o ano de 2016, agradecemos o apoio de todos os colaboradores, parceiros, patrocinadores e, claro, dos leitores, no Brasil, em Portugal, Angola e mundo afora. Seguiremos com vocês nos próximos doze meses.


Abraços da Equipe Mobilize Brasil


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