Greve no metrô de Londres cria caos na cidade nesta segunda-feira (9)

Funcionários protestam contra plano de fechar bilheterias no metrô londrino. Longas filas se formaram nesta manhã para pegar ônibus

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Fonte: Isto É/ AFP  |  Autor: Isto É  |  Postado em: 09 de janeiro de 2017

Entrada da estação Waterloo do metrô, fechada hoje

Entrada da estação Waterloo do metrô, fechada hoje cedo

créditos: Matt Dunham/ AP

 

Milhões de londrinos precisaram andar muito nesta segunda-feira (9) ou buscar meios de transporte alternativos devido a uma greve dos funcionários do metrô contra o fechamento dos pontos de venda e de atendimento ao público e sua substituição por máquinas automáticas. Segundo o sindicato da categoria, a medida irá suprimir 830 empregos. 

 

“É uma autêntica dor de cabeça”, disse Ross Kemp, trabalhador do setor financeiro, enquanto esperava um ônibus na estação King’s Cross, afirmando que sentia “pouca simpatia” pelos funcionários em greve.

 

Sob uma chuva fina, as pessoas esperavam ônibus que não paravam porque estavam lotados. Também era possível ver muito mais bicicletas que de costume, além de mais calçados esportivos para enfrentar longas caminhadas em uma grande cidade na qual é possível percorrer 10 km sem abandonar o centro.

 

O metrô de Londres é o mais velho do mundo – abriu em 1863 – e registra todos os anos 1,34 bilhão de viagens.

 

Uma semana difícil

A greve do metrô desta segunda-feira inaugura uma semana difícil que continuará com uma greve – terça, quarta e quinta-feira – da Southern Rail, a companhia ferroviária que transporta centenas de milhares de pessoas a Londres a partir dos subúrbios do sul – e de outra – na quarta e quinta-feira – dos funcionários de cabine da British Airways.

 

Fiona Stockwell, outra passageira de King’s Cross, explicou que precisou madrugar mais do que o normal para evitar a hora de mais movimento – entre as 8 e as 9, aproximadamente, “e não fui muito feliz”, disse.

 

“Temos que nos adaptar às novas tecnologias”, acrescentou Stockwell, criticando os funcionários do metrô que se queixam dos fechamentos dos pontos de venda e de atendimento ao público e sua substituição por máquinas automáticas.

 

Dez das 11 linhas de metrô foram afetadas por esta greve de 24 horas decretada pelo RMT, o sindicato nacional de empregados de transporte ferroviário e marítimo.

 

A greve era apenas de funcionários das estações, e não dos condutores de trens, razão pela qual as poucas estações que chegaram a reunir o pessoal necessário para abrir atraíram milhares e milhares de pessoas. Como a de Clapham Junction, um dos principais nós ferroviários de Londres, que precisou ser evacuada e fechada por sua saturação.

 

“À beira do colapso”

O prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, criticou energicamente a greve, descrevendo-a como “desnecessária”.

 

“Aceito o argumento de que precisamos de mais funcionários no metrô de Londres”, disse Khan à BBC. “Já criamos 200 novos postos e queremos seguir falando com os sindicatos se não estiverem felizes. Por que a greve? Por que não resolver estas coisas?", questionou.

 

No entanto, Mick Cash, líder do RMT, explicou à AFP que está disposto a dialogar mais, mas que a supressão de 830 empregos pelo fechamento de bilheterias havia aumentado a pressão sobre a rede.

 

“Cinco milhões de pessoas usam todos os dias o metrô e ele está à beira do colapso”, estimou Cash.

 

“Não há pessoas suficientes para garantir que funcione com segurança. Se não fizermos nada, pode ocorrer algo drástico”, acrescentou, lembrando as ameaças à segurança na capital britânica.

 

“Os usuários do metrô sabem que algo não funciona, veem como os trens vão lotados”, acrescentou, afirmando que conta com o apoio da população.

 

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