Moradores de São Paulo dão nota 3,3 para o transporte

Em pesquisa sobre qualidade de vida na cidade, divulgada hoje (24), o transporte foi o item que recebeu a 4ª pior nota entre 17 as áreas avaliadas

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Fonte: UOL/ Mobilize (edição)  |  Autor: Bernardo Barbosa  |  Postado em: 24 de janeiro de 2017

Atrasos e lentidão na rotina de quem pega metrô em

Atrasos e lentidão na rotina de quem pega metrô em SP

créditos: Paulo Pinto/ Fotos Públicas

 

Uma pesquisa da ONG Rede Nossa São Paulo e do Ibope Inteligência revela que os paulistanos estão profundamente insatisfeitos com sua cidade. Segundo o levantamento, a nota média dos moradores para a qualidade de vida na metrópole é de 3,7, numa escala de 1 (totalmente insatisfeito) a 10 (totalmente satisfeito). 

 

No item transporte, o tempo de deslocamento no trajeto diário para o trabalho, de acordo com o resultado médio apurado, foi de quase duas horas. Mais precisamente, o tempo médio somado de ida e volta ao trabalho é de 1h46. 

 

Se o usuário de ônibus leva 1h47 no trajeto casa-trabalho-casa, quem prefere o carro na prática não está em melhor situação, pois gasta 1h45. E uma fatia de 20% dos entrevistados precisa de mais de duas horas para completar os dois trechos.

 

Não por acaso, o transporte recebeu a nota 3,3, a quarta pior entre as 17 áreas sobre as quais os entrevistados foram ouvidos. A melhor nota ficou com a cultura: 4,4.

 

Pesquisa Irbem 2017 

A pesquisa foi realizada entre os dias 8 de dezembro de 2016 e 4 de janeiro de 2017 com 1.001 moradores da cidade de São Paulo com 16 anos de idade ou mais. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

 

A nota está na atual edição do Irbem (Índice de Referência de Bem-Estar do Município), divulgado nesta terça (24). A nota para a qualidade de vida é calculada com base na avaliação dos assuntos que o morador considera prioritários e de sua satisfação em relação a tais temas.

 

A insatisfação com a qualidade de vida na cidade é geral, mostra a pesquisa - não importa o gênero, raça, faixa de idade, renda, escolaridade ou o local onde o paulistano mora. E nenhum segmento deu nota maior que 4,2.

 

Para o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, a percepção geral de baixa qualidade de vida mostra a interdependência entre os moradores da cidade.

 

"Tudo afeta a todos. Não adianta viver em Pinheiros e achar que nada vai me afetar. Eu tenho indicadores melhores, mas me afeta porque eu estou vendo as pessoas morando na rua, a violência. A desigualdade que causa violência, a atmosfera de insegurança na cidade. O trânsito, a poluição. É necessário cuidar do todo para que cada um fique bem."

 

A questão da mobilidade ficou entre as cinco mais importantes para os participantes da pesquisa, junto com educação (nota 3,5), saúde (3,7), segurança (3,5) e meio ambiente (3,6).

 

A pior avaliação do levantamento ficou com a área de transparência e participação política, que ganhou nota 2,7. Ao mesmo tempo, a pesquisa identificou que 90% dos entrevistados são a favor de plebiscitos sobre obras de alto custo ou impacto ambiental e social.

 

A possibilidade de plebiscitos sobre grandes obras foi aprovada pela Câmara, mas foi vetada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) em julho do ano passado.

 

Segundo a Nossa São Paulo, a pesquisa Irbem 2017 tem como foco o plano de metas para a cidade, que o novo prefeito João Doria (PSDB) terá que apresentar até 31 de março. Para Grajew, a percepção de que a qualidade de vida em São Paulo é baixa pode ser uma vantagem para o novo prefeito.

 

"O lado positivo, para a prefeitura, é que assume em um nível muito baixo. Tem muito chão para melhorar", afirma.

 

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