O Rio Ônibus declarou guerra à prefeitura do Rio nas redes sociais, ontem (17), ao afirmar que o incentivo ao transporte de passageiros por meio de vans e kombis está “contribuindo para destruir o sistema BRT”. Numa série de mensagens publicadas no twitter, o sindicato das empresas de ônibus da cidade do Rio de Janeiro denuncia a falta de fiscalização e pede a elaboração de um “projeto de mobilidade urbana para a cidade que priorize o transporte público de grande porte”.
De acordo com o Rio Ônibus, as linhas mais prejudicadas pela concorrência com o transporte alternativo são as do consórcio Santa Cruz, que rodam na Zona Oeste, onde há sobreposição de trajetos. No fim do ano passado, ainda na gestão Eduardo Paes, o consórcio Santa Cruz conseguiu uma liminar na Justiça para suspender a licitação pública de 99 novas linhas de vans previstas para a zona oeste. Em maio deste ano, no entanto, já sob a gestão de Marcelo Crivella, uma portaria da Secretaria Municipal de Transportes liberou a circulação de kombis e vans em 21 bairros da região por tempo indeterminado.
A medida revelou outro problema: a fiscalização do transporte clandestino está prejudicada desde janeiro porque o convênio para que a Polícia Militar dê segurança às equipes da Subsecretaria de Fiscalização venceu no fim do ano passado e não foi renovado por falta de pagamento.
Em nota, a Coordenadoria Especial de Transportes Complementar (CETC) diz que a prefeitura já conseguiu quitar uma dívida passada que existia com o estado, referente à liberação de PMs que atuavam na fiscalização, e um novo convênio está sendo estudado. O órgão afirma ainda que realiza operações de combate ao transporte pirata diariamente em todo o município.
Fiscalização
Procurado, o vice-prefeito e secretário municipal de Transportes, Fernando Mac Dowell, enviou uma declaração na qual afirma que a prefeitura "fiscaliza permanentemente o serviço prestado aos passageiros do Sistema Público de Transporte Por Ônibus". A nota diz ainda que o "Código Disciplinar prevê punição para casos de frota abaixo do determinado, descumprimento de itinerários, má conservação e infrações similares". Por fim, o vice-prefeito diz que recebeu na última semana representantes da Fetranspor, que, segundo ele, mostraram-se "dispostos a trabalhar em conjunto e interessados em sanar irregularidades do sistema de ônibus".
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Confira artigo no Mobilize com a análise da diretora do ITDP, Clarisse Linke, sobre a condição dos ônibus no Rio.
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