Como os carros elétricos evoluíram em 70 anos

Compare o Tama e o Leaf, dois elétricos da Nissan, alimentados por bateria, mas separados por sete décadas. Diferenças em tecnologia e a evolução em geral impressionam

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Fonte: Observador  |  Autor: Observador  |  Postado em: 16 de abril de 2018

Tama, um elétrico produzido pela Nissan em 1947

Tama, um elétrico produzido pela Nissan em 1947

créditos: Nissan

 

Os veículos elétricos, ao longo da sua já longa história, nunca surgiram porque eram melhores, mais velozes ou iam mais longe do que a concorrência a gasolina ou diesel. Sempre se tornaram opção por uma questão de necessidade. E um bom exemplo é este Tama (veja abaixo), que foi concebido em 1947 num período em que o Japão, em pleno pós-guerra, lidava com escassez de combustíveis. 

 

Se avançarmos rapidamente 70 anos, em 2017 a mesma Nissan produz o Leaf, não porque faltem combustíveis fósseis, mas sim porque a sua queima em ritmo acelerado tornou o ar das grandes cidades quase irrespirável, a ponto de ser necessário encontrar uma forma de mobilidade que não polua enquanto se desloca.

 

 

 

Ao contrário do que se possa pensar, os carros elétricos não são propriamente uma novidade, uma vez que andam por aí desde 1837, ou seja, 42 anos antes de Benz pôr a funcionar o seu Motorwagen. 

 

O Tama nasceu em 1947, produzido pela recém-formada Tokyo Electro Automobile Co. Tratava-se de um veículo comercial tipo pickup com dois lugares e uma capacidade de carga de 500 kg, um verdadeiro milagre para um motor elétrico com apenas 4,5 cv.

 

O fato de o Japão atravessar um período difícil no pós-guerra, em que entre os inúmeros produtos em falta, o petróleo arriscava-se a estar na liderança, levou o país a procurar na eletricidade uma alternativa aos combustíveis fósseis. Ao Tama comercial sucedeu-se uma versão de passageiros, com lugar para quatro, com velocidade aumentada para 35 km/h, com uma autonomia de 65 km, isto numa fase em que a empresa se fundia com a Prince Motors, que viria mais tarde (1966) a integrar a Nissan.

 

Comparado com o Tama, o novo Leaf, que surge 70 anos mais tarde, pertence a um novo mundo. Literalmente. Obviamente, o novo modelo usufrui de todas as melhorias que a indústria automóvel alcançou nas últimas décadas, em termos de espaço, conforto, qualidade e ergonomia, entre tantas outras.  


Fonte: ACEA 

 

Mas concentremo-nos exclusivamente na sua capacidade como veículo elétrico, e neste caso, a evolução é por demais evidente. Estando longe de ser o modelo mais potente do mercado, uma vez que o objetivo da Nissan é propô-lo por um preço acessível, o Leaf  usufrui de 150 cv, uma diferença brutal face aos 4,5 cv do seu antepassado, o que explica a facilidade com que atinge 144 km/h – valor que só não ultrapassa porque a isso está limitado para conservar energia –, uns pontos acima dos 35 km/h de outrora.

 

Também na autonomia a evolução impressiona, pois se a “relíquia” cumpria 65 km, entre cargas de bateria, o Leaf atinge cerca de 300 km num ciclo misto, mas aproxima-se dos 400 km se circular exclusivamente em cidade. 

 

É de notar que as baterias do Tama ainda eram as tradicionais, muito provavelmente de chumbo e ácido, enquanto as do Leaf recorrem à tecnologia de íons de lítio, solução descoberta em 1980, apesar de este material ser conhecido desde o início do século 19 e ter sido imprescindível durante o boom das armas atômicas.

 

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