Bicicletas nas favelas do Rio: grupo discute próximos passos

Encerrada a fase de mapeamento dos desafios, grupo de arquitetos, prefeitura e ativistas iniciam produção de um manual de inserção das bikes em bairros da cidade

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Fonte: Embarq Brasil  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 13 de julho de 2012

Nesta quarta-feira (11), foi realizada a última r

Reunião discute projeto de bicicleta em favelas

créditos: Mariana Gil / Embarq Brasil

 

A equipe de técnicos da prefeitura do Rio, das secretarias de Habitação (SMH) e de Meio Ambiente (SMAC)ao lado do IAB-RJAlta Planning e Embarq Brasil realizou, de 9 a 11 de julho passado, a análise dos desafios para o uso das bicicletas  nas favelas da cidade.

O grupo visitou o Bairro Proletário do Dique, na zona norte, e o Morro dos Cabritos, em Copacabana, para iniciar o desenvolvimento de um manual de inserção de bicicletas nas favelas cariocas, como parte do programa Morar Carioca. Na quarta-feira (11), realizaram a última reunião desta etapa, na sede do IAB-RJ, para definir os próximos passos da produção de um guia de trabalho.

 

Jeff Olson, arquiteto-chefe da Alta Planning - escritório encarregado de desenvolver o material - apresentou os principais desafios encontrados nas favelas Dique e Morro dos Cabritos. O arquiteto lembrou que as duas localidades apresentam diferentes topografias e relações sociais que precisam ser levadas em conta na hora da produção do manual. Além disso, Olson mostrou algumas das principais diretrizes discutidas pelo grupo durante os dias de mapeamento:

  • Respeitar identidade de cada comunidade;
  • Integrar ciclovias com outros modos de transporte, como os novos corredores BRT;
  • Desenvolver estratégias de implementação;
  • Criar programas educacionais para incentivar o uso da bicicleta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Arquiteto Olson na favela Dique (Foto: Mariana Gil/Embarq Brasil)

 

Pensando nas futuras ações, Jason Reyes, gerente de Projetos da Alta Planning, apresentou os próximos passos para a organização e a produção do manual e se mostrou otimista com os resultados. “Analisando as anotações destes últimos dias, fiquei feliz e impressionado com a quantidade de grandes ideias que surgiram por meio das conversas do grupo. Isso é ótimo”, disse Reyes.

A visita ao Rio também foi inspiradora e fundamental para Jeff Olson, que sentiu o quanto as bicicletas podem mudar as vidas das pessoas nas favelas. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Grupo de trabalho reunido no IAB (Foto: Mariana Gil/Embarq Brasil)

 

Para Fabiana Izaga, vice-presidente do IAB-RJ, o material pode ser a porta de entrada para um programa ainda mais completo para promover o uso do transporte não-motorizado na capital fluminense. “Futuramente pode-se estender o projeto para outros locais, não apenas favelas. Pode-se pensar na implantação de ciclovias em bairros novos, naqueles que já existem etc.”, sugere.

 

Novas visões
Ainda no final do último dia de reuniões no Rio de Janeiro, os arquitetos da Alta Planning e a equipe da Embarq Brasil se reuniram com Theresa Williamson, da ComCat-Comunidades Catalisadoras, que trabalha diretamente com projetos de estímulo à produção local nas favelas cariocas. A diretora-executiva e fundadora da organização sem fins lucrativos falou sobre a necessidade de se expandir a infraestrutura para as bicicletas nas comunidades com a ajuda dos moradores que já estão habituados à magrela. “Engajamento é fundamental. As pessoas precisam se sentir parte da mudança”, explica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Theresa (foto) também lembrou que além de catalisar oportunidades de desenvolvimento urbano dentro das favelas, é necessário realizar acompanhamento e fiscalização para garantir que as mudanças tenham continuidade e evolução. A norte-americana, filha de mãe brasileira, explica que as favelas são locais únicos, onde cada uma tem suas características e há muito potencial transformador dentro das comunidades. “Em 2000, quando conheci uma favela fiquei chocada com a violência e os outros problemas que já conhecemos, mas também fui inspirada pelos pequenos projetos que já existiam de pessoas tentando fazer a diferença”, conta.

 

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