Governo recua na promessa de R$ 50 bi para mobilidade

Segundo ministros (Planejamento e Cidades), faltam projetos de engenharia e estudos de viabilidade econômica em quantidade suficiente para usar os recursos anunciados

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Fonte: Valor Econômico  |  Autor: Daniel Rittner e Lucas Marchesini  |  Postado em: 18 de outubro de 2013

R$ 50 bi para a mobilidade: promessa não cumprida

R$ 50 bi para a mobilidade: promessa não cumprida

créditos: Roberto Stuckert Filho/PR

 

Os ministros Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades) reconheceram ontem que os anunciados investimentos de 50 bilhões de reais em projetos de mobilidade urbana nas cidades brasileiras não serão realizados tão cedo. O motivo é simples: os projetos que chegam ao governo federal são insuficientes e mal detalhados. 

 

A presidente Dilma Rousseff havia feito o anúncio dos recursos como resposta à onda de protestos de junho, que teve como estopim a falta de qualidade dos transportes públicos. Mas ontem (17), durante divulgação de novo balanço quadrimestral do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os dois ministros responsáveis por receber as demandas de Estados e municípios para obras como linhas de metrô e corredores exclusivos de ônibus reconheceram que não há uma previsão clara de como e quando esses investimentos serão feitos. 

 

A explicação de Miriam Belchior e Aguinaldo Ribeiro é que faltam projetos de engenharia e estudos de viabilidade econômica em quantidade suficiente para usar os recursos anunciados. Também lembraram o fato de que os próprios governos estaduais e municipais têm alegado dificuldades para executar várias obras simultaneamente.

 

"Não podemos achar que, num piscar de olhos, essas obras ficarão prontas", disse Miriam. Já o ministro das Cidades acrescentou que não havia mais grandes investimentos em mobilidade no país e, no momento de retomá-los, perceberam a carência de projetos na prateleira: "Daí porque não temos como fazer uma previsão (de liberar recursos)", resumiu Ribeiro. Ele diz, porém, que sua pasta tem conversado "diariamente" com prefeitos e governadores para tirar o atraso.

 

Miriam informou que a União recebeu demandas de R$ 84,4 bilhões até agora, mas ressaltou: "Parte considerável não possui projetos". Ela listou critérios do governo para priorizar os pedidos levados a Brasília por estados e municípios: empreendimentos de alta e média capacidade (como metrô e BRT), que atendam áreas com população de baixa renda e tenham integração com outros modais saem na frente.

 

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