O Rio tem 380 km de ciclovias e se tornou o município com a maior extensão de ciclovias da América Latina. A prefeitura pretende construir mais ciclofaixas e vias compartilhadas até 2016, ano das Olimpíadas, mas também precisa melhorar a qualidade das vias já existentes.
Como mostrou o Bom Dia Rio, o Largo da Barra da Tijuca, conhecido como Barrinha, na Zona Oeste, ganhou o espaço exclusivo para os ciclistas há uma semana. O ciclista sai, pedala um pouco e chega no mesmo lugar. A nova ciclofaixa da Praça Desembargador Araújo Jorge começa e termina no mesmo ponto.
“O jeito é dar volta na praça”, reclama o guardador de carro Paulo César Pinheiro Francisco.
Quem usa bicicleta todos os dias sabe o risco que essa ciclofaixa representa.
“Ela atrapalha o trânsito e fica perigoso para o ciclista. Os motoristas não param para respeitar a bicicleta e nem o pedestre”, diz o administrador de empresa Daniel Koschnir.
Uma cena comum: carros circulando em cima da faixa exclusiva para ciclistas. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a infração para quem transitar com o veículo em ciclovias ou ciclofaixas é gravíssima. O motorista perde sete pontos na carteira e a multa é de R$ 574,62.
Na Estrada do Joá, também foi instalada uma ciclovia novinha e toda sinalizada, mas ela termina em aproximadamente cem metros. Os comerciantes da região reclamam. Segundo eles, além de não beneficiar os moradores, as ciclovias acabaram com várias vagas regulamentadas prejudicando o comércio local.
“Não tem lugar para carga e descarga. O comércio de 70 anos ficou sem vagas para clientes e para carga e descarga”, observa o dono de restaurante Rommel Cardozo.
O sócio do restaurante Marcelo Cardozo destaca que não há sequer faixa de pedestre. E as pessoas tropeçam nos tachões ao atravessar a rua.
Warner Vonk tem uma empresa que presta serviços para a prefeitura e é o responsável pelo projeto da ciclofaixa da Barrinha.
“É bicicleta na cidade junto com o trânsito é coisa nova. A prefeitura está trabalhando duro não só para nova infraestrutura, mas também para fazer um programa de educação. Em breve, vai ter um programa de educação e informação para as pessoas. É o primeiro passo para uma rede maior”, justifica o idealizador do projeto.
Em nota, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente esclarece que todo o projeto foi discutido com os moradores e com a Subprefeitura da Barra da Tijuca. O trajeto das ciclovias ou ciclofaixas depende sempre das condições do local e da aprovação da engenharia de tráfego. Ainda de acordo com a SMA, a nova ciclovia da Barrinha faz parte do plano cicloviário da Barra, ainda em fase de construção, que ligará a área à futura estação da Linha 4 do metrô.
Na segunda etapa, a comunidade do Castelo das Pedras também será ligada à estação, formando uma malha de oito quilômetros, concluiu a secretaria, em nota.
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