Caminhar também é mobilidade...Exposição começa dia 8

Exposição e ações da sociedade revelam problemas e cobram melhorias concretas para a circulação de pedestres nas cidades brasileiras. Leia o editorial do Mobilize

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Fonte: Mobilize Brasil / Corrida Amiga  |  Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 01 de março de 2018

Caminhar também é mobilidade

Imagem da exposição "A pé também é transporte"

créditos: Hugo Peroni | Corrida Amiga

Começa no dia 8 de março, na Estção Sé do metrô de São Paulo a exposição A pé também é transporte, com fotos, textos e infográficos sobre os ganhos que as pessoas e as cidades podem ter com a mobilidade ativa, a pé. O evento é uma ação do Corrida Amiga, com apoio do iCS e divulgação do Mobilize Brasil, e vai ser realizado em três das principais estações do metrô paulistano: Sé, Paraíso e Santana. A ideia é defender e estimular a caminhada como forma de transporte gratuita, simples, saudável e de baixo impacto ambiental.

Como se sabe, de 30% a 50% dos deslocamentos nas cidades brasileiras são feitos a pé. E embora tenham prioridade na Política Nacional de Mobilidade e na Lei Brasileira de Inclusão, pedestres e as pessoas com deficiência continuam a ser tratados como cidadãos de segunda categoria pelos prefeitos, secretários e governadores. As calçadas continuam esburacadas e cheias de degraus, os sinais de trânsito demoram a abrir e não há locais de descanso ou abrigo nas rotas caminháveis das cidades. Daí a importância da exposição e da Campanha Calçadas do Brasil, que realizaremos  novamente neste ano de 2018.

Outra forma de mobilidade ativa, a bicicleta continua a crescer de importância no mundo contemporâneo. Sistemas de bikes compartilhadas proliferam em todas as regiões do planeta, como um novo segmento de negócio sustentável, que potencializa a mobilidade urbana e evita o uso intensivo do carro no meio urbano. Exemplos importantes são os sistemas já em funcionamento em cidades brasileiras, como o BikeRio, BikePe, BikePoa e BikeSampa. Mas, como em qualquer onda inovadora, há sucessos e fracassos: nesta semana a empresa que opera bicicletas sem estações em Paris anunciou o fim das atividades na cidade e talvez em toda a Europa. Vandalismo e furtos das bikes justificaram a decisão. É lamentável, mas também pedagógico para empreededores, gestores públicos e patrocinadores de futuros sistemas de bike share. 

Ainda da Europa chegaram informações sobre projetos para criar a gratuidade no transporte público e assim reduzir as emissões de poluentes geradas pelos veículos particulares. Na Alemanha, o governo fará um ensaio de "tarifa zero" em cinco cidades para avaliar as formas de financiamento e os resultados obtidos. Em Bruxelas, na Bélgica, a ideia é adotar a gratuidade apenas nos dias em que a poluição ultrapassar os limites fixados pela UE. Menos carros, menos fumaça.  

E para quem acha que o mundo gira nas rodas de seu automóvel, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito revela que o comércio pode sim viver sem carros e estacionamentos. Na verdade, a pesquisa mostrou que as pessoas preferem fazer compras em lojas de rua e em locais de fácil acesso a pé, de bicicleta ou por transporte público. Enfim, a mobilidade urbana sustentável também estimula a economia, gera riqueza e empregos. 

Mais surpreendentes são os dados compilados pelo app 99 sobre o uso do automóvel em Sâo Paulo: mais de 40% das viagens são menores do que 2,5 km. E 63% delas não passam dos 5 km. São distâncias pequenas, que poderiam ser feitas a pé ou de bicicleta para o bem da cidade e de seus moradores. Vai paulistano, vai brasileiro, caminha, que andar te faz bem.

Em tempo: Saiu a segunda fornada do livro Movido pela Mente, de Gisele Mirabai e Ricky Ribeiro. Se você ainda não tem um exemplar, acesse o link www.mobilize.org.br/livro e faça seus pedidos.


Marcos de Sousa
Editor do Mobilize Brasil
 

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