Cair na calçada é um dos grandes temores da população idosa brasileira, conforme revelou um
estudo recente divulgado pelo Ministério da Saúde. Outro medo apontado é o de ser atropelado na travessia das ruas. Segundo essa pesquisa, que foi realizada pela Fiocruz, cerca de 85% da população com mais de 50 anos vive nas cidades do país e sofre os problemas decorrentes da falta de acessibilidade nos serviços e sistemas de mobilidade urbana.
Ontem mesmo, em plena região da av. Paulista, em São Paulo, uma jornalista de 79 anos quase foi jogada ao chão por um motorista de ônibus intolerante com gente de cabelos brancos. "Quer conforto, vai de táxi", declarou o infeliz. A cena foi testemunhada por outra passageira, que desabafou sua indignação em longo texto nas redes sociais.
Mas, não são apenas os idosos que enfrentam esse tipo de discriminação. Cadeirantes, pessoas com problema de visão, obesos e mesmo mães grávidas sofrem revezes cotidianos pela falta de calçadas, rampas, faixas de pedestres e, sobretudo, daquele senso humanitário que nos faz viver juntos em cidades. Bem a propósito, dois
vídeos da série "Vida Pedestre" comprovam essa doença urbana brasileira, que precisa ser urgentemente tratada.
Domingo agora teremos eleições. Antes de decidir o voto, vale visitar o site da
Campanha Mobilidade Ativa nas Eleições para conhecer melhor as várias propostas para pedestres, cadeirantes, ciclistas e também para o transporte público. Acima de tudo, cabe defender a Constituição, a Lei Brasileira de Inclusão, a Política Nacional de Mobilidade Urbana e outros avanços duramente conquistados.
Um toque final: se puder, evite usar o carro para ir votar. Vá a pé, de bicicleta ou por transporte público. E cuidado para não tropeçar na calçada!
Calçada na E.E. Buenos Aires, em Santana, São Paulo | Foto Marcos de Sousa