Campo Grande (MS): desafios da malha cicloviária são tema de reunião

Encontro aberto na Câmara debateu dificuldades, como a falta de local seguro para guardar a bicicleta, que desestimulam o uso do modal por trabalhadores na capital

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Fonte: Diário Digital  |  Autor: Thalita Moya  |  Postado em: 06 de maio de 2015

Reunião para discutir malha cicloviária da capital

Reunião se propôs a melhorar uso da bike na capital do MS

créditos: Victor Chileno

 

Já pensou poder transportar sua bicicleta dentro de um ônibus? Essa é uma das ideias levantadas poruma reunião pública ontem (5), na Câmara Municipal de Campo Grande (MS). O encontro, que discutiu os desafios da malha cicloviária da capital, apontou também a necessidade de incentivar empresários a recepcionarem funcionários que optam pela bicicleta como meio de transporte.

 

O encontro na Câmara, liderado pelo vereador Eduardo Romero, reuniu representantes da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação (Seintrha), do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Planurb), da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Departamento Municipal de Trânsito (Dptran) e de ciclistas. Todos apontaram as problemáticas e algumas soluções para facilitar a vida de quem usa a bicicleta como meio de transporte ou para prática esportiva.

 

Para Paulo Kinoshita, da Agetran, as dificuldades em transitar de bicicletas pela cidade acaba reprimindo o uso das mesmas. “Muitos trabalhadores da construção civil, por exemplo, substituíram as bicicletas pelas motocicletas, justamente porque é difícil o acesso seguro até o local de trabalho”, apontou. Encontrar meios que facilitem o acesso das bicicletas aos principais pontos da cidade é um desafio porque, segundo Eduardo Romero, falta conexão entre as ciclovias. Atualmente, a malha cicloviária soma 8 quilômetros, porém, grande parte dela apresenta necessidades de melhorias. Um dos pontos focos da reunião foi a ciclovia da avenida Afonso Pena.

 

O local foi foco de uma visita técnica realizada em 2013 por representantes da Seintrha e ciclistas. A inspeção levantou diversos pontos críticos como desníveis na travessia, calçadas em péssimas condições, obstruções na passagem e visibilidade e a falta de sinalização. De acordo com Eduardo Romero, que acompanhou a vistoria, nem todas as demandas foram resolvidas. “Continuamos a receber muitas reclamações. Algumas medidas tímidas foram tomadas, mas os problemas captados em 2013 persistem”, disse o vereador que é proponente de uma audiência pública que será realizada no próximo dia 19 para debater a questão das ciclovias da Capital.

 

Na lista de precariedades verificadas pelos ciclistas, está a falta de integração da ciclovia da avenida Afonso Pena com a da Via Park. Para isso, seria necessário construir apenas mais 1 km de uma pista a outra. De acordo com Christina Manvailer, da Planurb, as conexões entre as ciclovias demandariam pouco investimento. “O diagnóstico de toda situação da malha cicloviária já foi realizada e as possíveis conexões entre as ciclovias também foram levantadas pelo Instituto”, assegurou. No entanto, nenhuma verba ainda foi apontada para que a integração ocorra. Para Christina, encarar a bicicleta como meio de transporte não se limita à questão de ciclovias, mas também de conscientização. “O ideal seria que não fossem necessárias as ciclovias, mas não podemos esperar que o motorista se conscientize porque são vidas em risco. A bicicleta faz parte do trânsito, mas foi preciso essa separação devido à falta de segurança”, registrou.

 

Para Raquel Taminato, da Planurb, a questão da adequação da cidade ao uso das bicicletas não pode ficar restrita as implantações das ciclovias. Segundo ela, é preciso pensar no todo, inclusive em medidas para mudança de comportamento de motoristas e pedestres que, muitas vezes, se colocam em confronto com ciclistas. Incentivar empresas para que faça adequações que facilitem a vida do trabalhador que faz a opção de ir ao trabalho de bicicleta também foi lembrada na reunião.

 

Uma das medidas seria dispor de vestiários com chuveiros para os funcionários. O transporte de bicicletas dentro de ônibus coletivo também seria uma opção para o ciclista. A alternativa estaria em discussão com uma empresa de transporte urbano que estaria disposta a fazer uma experimentação do projeto. "Poderiam ser uma frota reduzida voltada para esse fim e em dias da semana também restritas. É uma ideia que vem sendo discutida", afirmou Eduardo Romero. A instalação de bicicletários, principalmente pelo centro da Capital, é outro desafio que, segundo o vereador, poderia ser estimulada por meio de parcerias público-privadas junto de proprietários de estacionamentos da cidade. O vereador também indicou que deverá angariar emendas parlamentares para promover avanço na malha cicloviária.

 

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