Campo Grande registra 41 atropelamentos por mês, diz estatística

Com o objetivo de mudar essa realidade, autoridades municipais e estaduais de trânsito lançam amanhã campanha de conscientização sobre os direitos do pedestre

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 |  Autor: Correio do Estado  |  Postado em: 09 de novembro de 2011

41 atropelamentos por mês

41 atropelamentos por mês

créditos: bsertaneja.blogspot.com

Dez pedestres morreram em acidentes registrados em Campo Grande neste ano desde que começou a funcionar o Placar da Vida, que sinaliza o número de vidas salvas no trânsito da Capital. De janeiro a setembro de 2011, segundo dados mais recentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), 305 pedestres ficaram feridos após envolverem-se em acidentes no município. No mesmo período, foram registrados 374 atropelamentos na cidade, média de 41 por mês. As estatísticas dão a dimensão da guerra diária travada por pedestres e condutores pelas ruas da cidade.


Com o objetivo de mudar essa realidade, autoridades municipais e estaduais de trânsito lançam amanhã campanha de conscientização sobre os direitos do pedestre, inspirada em estratégias já adotadas por cidades como Brasília, onde a campanha de paz no trânsito já dura 14 anos e resultou na redução de 30% no número de mortes, além de tornar-se referência no País por causa do respeito à faixa de pedestres. Na maior cidade do País, São Paulo, está em andamento desde maio deste ano um programa de proteção ao pedestre, que tem o objetivo de reduzir pela metade o número de atropelamentos e mortes de pedestres na cidade até 2012. Após realizar campanha educativa entre a população, há três meses a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) começou a multar condutores que desrespeitarem a faixa de pedestres.


Risco


Basta circular pela região central, nos cruzamentos da Rua 14 de Julho com a Rua Dom Aquino ou com a Avenida Afonso Pena, para constatar o quanto é urgente a mudança de comportamento de condutores e pedestres. De um lado, carros que avançam sobre a faixa ou não aguardam que os pedestres completem a travessia para passar, deixando adultos, crianças e idosos parados no meio da rua por alguns poucos mas perigosos segundos. Do outro, pessoas avançando sobre a via pública fora da faixa na tentativa de "encurtar" o trajeto, colocando a própria segurança em risco.


A chefe da divisão de educação do trânsito da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Ivanise Rotta, lembra que Campo Grande teve grande aumento da frota de veículos, do fluxo de pedestres nas ruas e os deslocamentos das pessoas aumentaram na cidade, mas o comportamento do condutor, assim como o do próprio pedestre ao fazer a travessia de vias públicas, não mudou. "Você tem que usar todos os meios para proteger esse pedestre, porque ele pode ser uma criança de dois anos, um deficiente físico", alertou.


Mecanismos


Ao trazer o respeito à faixa de pedestres no centro das discussões da sociedade, a campanha que será lançada amanhã pelo Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Campo Grande e outras instituições, contribuirá ainda para resgatar o estabelecido no parágrafo 2º do artigo 29 do Capítulo III do Código de Trânsito Brasileiro — "respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres".


A segurança do pedestre em Campo Grande também passa pela redução da velocidade do condutor. Nos últimos três anos, segundo informações do diretor de trânsito da Agetran, Janine Bruno, desde 2009 foram instalados 217 quebra-molas em diversos pontos da cidade. No mesmo período, a Agetran também instalou 54 travessias elevadas, principalmente próximo de escolas e outros locais de grande fluxo de pedestres. Além de obrigar o condutor a reduzir a velocidade para até 10 a 15 quilômetros por hora, essas passarelas ficam no mesmo nível da calçada, favorecendo o acesso de pedestres, assim como de cadeirantes e outras pessoas que tenham mobilidade reduzida.


No entanto, alerta o diretor de trânsito da Agetran, o que se precisa de verdade é mudar a linha de raciocínio do motorista, tanto na questão da redução da velocidade como da preferência ao pedestre. "Se ele (condutor) não se conscientizar que é o grande responsável pela vida dele e dos outros, não adiantará, por mais semáforos, radares e lombadas que se coloque na cidade", completou.


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