Ciclismo ganha adeptos que buscam economizar e se exercitar em Cuiabá

Ciclistas também evitam estresse no trânsito nos horários de pico. Eles contam como passaram a usar a bicicleta como meio de transporte

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Fonte: G1 MT  |  Autor: G1 MT  |  Postado em: 08 de março de 2016

O comerciante Sérgio Urel e um amigo durante passe

O comerciante Sérgio Urel e um amigo de bike em Cuiabá

créditos: Arquivo pessoal/ Sérgio Urel

 

Em busca de ter mais qualidade de vida e economizar, cada vez mais pessoas têm adotado a bicicleta como meio de locomoção. Seja para trabalhar, passear, se exercitar e melhorar a qualidade de vida, o veículo tem ganhado adeptos também em Cuiabá. O G1 conversou com algumas dessas pessoas que mudaram o estilo de vida.

 

Uma pesquisa do ano passado realizada pela ONG Transporte Ativo em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou que 45% dos entrevistados em dez capitais brasileiras eram ciclistas de primeira viagem. Ou seja, eram pessoas que adotaram a bicicleta como meio de transporte apenas nos dois últimos anos.

 

Cuiabá não faz parte dessa pesquisa, mas tem sido notório o crescimento do movimento de ciclistas na capital. O comerciante Sérgio Urel da Silva, de 41 anos, é um entusiasta do veículo e afirma que tem visto a popularidade da ‘magrela’ crescer exponencialmente nos últimos anos.

 

“O grupo do qual participo tinha, no início, menos de 10 pessoas. Atualmente, pedalamos todas às quintas-feiras, das 20h até umas 22h, com um grupo composto por 40 pessoas, em média. Já chegamos a ter 83 pessoas andando com a gente”, relata.

 

O comerciante, que mora em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, conta que aprendeu a pedalar quando era pequeno, mas que isso se tornou um estilo de vida muito depois. Ele argumenta que as pessoas “conhecem os carros e as motos aos 18 anos e acabam esquecendo-se da bicicleta”.

 

“Tem 7 anos que me tornei um fanático e um entusiasta do ciclismo. Comecei por causa da minha condição física, estava me sentindo gordo. Acabei chamando várias pessoas para andar comigo porque tudo que é bom para você, você quer passar para os outros”, diz.

 

Outro adepto recente desse modelo de vida é o funcionário público Jessé Mamede Untar, de 45 anos. Ele revela que voltou a andar de bicicleta há cerca de 3 anos, depois de 12 anos sem pedalar. O principal fator que o convenceu a retomar a prática foi a saúde. Jessé vai ao trabalho de duas a três vezes por semana de bicicleta e explica sobre os benefícios que encontrou.

 

“Ao ir para o serviço, já faço exercício físico. Antes de começar, consultei um médico e ele me indicou a prática. Ao pedalar, você perde peso e ainda enxerga várias melhoras físicas como a respiração. De bike, eu chego no trabalho em 25, 30 minutos. Quando vou de ônibus levo mais de uma hora”, aponta.

 

O funcionário público já viajou até para a Bolívia de bicicleta. Ele, que mora em Cuiabá, avalia que a cidade é pouco preparada para quem adota o meio de transporte. O ciclista afirma que já recebeu fechadas de carros e que já foi xingado por motoristas em várias ocasiões. Em um caso mais extremo, ele diz que um colega morreu atropelado ao andar de bicicleta.

 

Sobre o transporte público, meio que ele ainda utiliza com certa frequência, ele elenca problemas que, no final das contas, acabaram o ajudando a optar pela bicicleta. “O ônibus precisa melhorar o itinerário e a quantidade de carros que circulam na cidade. Às vezes, em horário de pico, é preciso esperar quatro ou cinco [ônibus] passarem, porque estão todos lotados sem condições de você entrar. Sem contar o preço, que está bem salgado”, argumenta.

 

O eletricista Augusto Savaro também é um adepto. Ele conta que usa o veículo para ir trabalho todos os dias, de segunda a sábado. Há três meses, ele anda por trechos como a Avenida Fernando Corrêa da Costa para chegar até uma concessionária, onde trabalha.

 

Apesar de adorar o novo estilo de vida, ele faz ressalvas e lembra que a escolha também tem o ônus.“É perigoso andar de bicicleta pelas ruas de Cuiabá, dividindo espaço com os carros. Acho que é tão arriscado quanto trafegar de moto. Não sofri nenhum acidente até agora, mas fico sempre esperto quando estou pedalando”, lembra.

 

Ele afirma que tem sentido nas ruas o crescimento do número de ciclistas e que foi um dos que voltou a pedalar por causa da influência de um amigo. O eletricista conta ainda sobre as vantagens de começar a usar a bicicleta como meio de locomoção.

 

“São várias [vantagens]. O gasto que eu não vou ter com gasolina do carro ou com o ônibus. E essa economia acaba fazendo diferença no final do mês. Melhora o físico, consigo ganhar muito tempo e chegar em casa mais cedo porque evita o trânsito”, elenca.

 

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