Asfaltar ou não asfaltar, eis a questão – Instituto Caminhabilidade
Instituto Caminhabilidade

04
setembro
Publicado por leticia no dia 04 de setembro de 2013

Quando você passa por uma rua de terra, o que você pensa?

“Que lugar atrasado, que fim de mundo”… ou “que lindo, que cheiro bom!”

Fim de mundo?

Fim de mundo?

 

Cada vez que eu vejo uma rua/estrada começo a ter pensamentos muito ambíguos:

Esta rua é natural e autêntica OU atrasada?

Isso OU aquilo?

Isso OU aquilo?

Ser de terra faz com que esteja preservando o local OU dificultando o acesso?

Então o governo ainda não chegou aqui. “Que incompetentes” OU “que bom”?

O trânsito é mais seguro porque as pessoas vão mais devagar OU mais inseguro porque é irregular?

Que horror que não tem calçadas para caminhar OU que legal não limitar para o pedestre um espaço específico?

 

Asfaltar está diretamente relacionado a urbanização, a criação de infraestrutura, a organização, a avanço, a garantia à acessibilidade, a encurtamento de distâncias, e à facilidade de conhecimento e de mapeamento.

Mas não asfaltar e deixar com a vegetação natural significa manter o lugar mais tranquilo e original, não destruir, preservar a conexão com a natureza, se preocupar com a qualidade de vida e saúde.

 

Asfaltando

Asfaltando

 

E então vem a dúvida: queremos chegar aos lugares e garantir acesso a todos, ou respirar um ar mais puro e não destruir a  natureza?

Afinal, O QUE É MELHOR PARA TODOS?

 

Bom, acho que a primeira coisa é tirar os OUs das perguntas e substituir por E, AO MESMO TEMPO, TAMBÉM. A rua pode muito bem ser natural e atrasada, ao mesmo tempo.

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Não precisam ser conceitos considerados antagônicos; as características podem e devem ser complementares. E assim podem ser definidos os bairros, cidades, países e até mesmo pessoas. (Afinal não somos bons OU ruins)

 

As cidade, assim como nós, geração jovem insatisfeita e que tudo quer, está sofrendo uma crise de identidade.

 

Direitos e deveres

Direitos e deveres

 

Antes não se tinha dúvida: era preciso asfaltar para progredir. E, outra vez, muita gente tende a não ter dúvida: é preciso resgatar a natureza.

Eu particularmente sempre tenho minhas dúvidas sobre a falta de dúvidas.

E se deixarmos de ter tanta certeza, e aceitarmos as dúvidas como espaço de reflexão e possibilidade de gerar planejamentos mais equilibrados? Poderemos encontrar o meio do caminho?

 

Entre o Paraíso e a Liberdade

Entre o Paraíso e a Liberdade

Por exemplo, em São Paulo existe um grupo de pessoas claramente favorável à transformação do Minhocão em um parque e extinguir sua função como via para transportes motorizados; e um grupo que claramente pensa que isso é inviável para a cidade.

Cadê o grupo que não sabe nada claramente, mas pensa em opinar que poderia ser um parque também com vias para bondes?

Ou que poderiam ser criadas soluções acústicas e destinar o espaço embaixo do viaduto para uso criativo?

High Lane antes

High Lane antes

 

High Lane depois

High Lane depois

 

 

 

 

Re_ocupe

Re_ocupe

 

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Os moderados, justamente por serem moderados, não chamam a atenção e assim as decisões sensatas parecem não existir; apenas os radicais reivindicam ou parecem “saber o  que querem”.

 

Será que teremos que asfaltar tudo para depois plantar em cima?

Jardim Vertical

Jardim Vertical

 

Ou será que plantaremos em tudo até perceber que deixamos de garantir acesso a todas as pessoas?

 

Viveremos ciclos que ROMPEM o conceito anterior, e são então revolucionários até quando?

 

Quando poderemos começar a conciliar e encontrar soluções, sem ser de oposição?

 

Afinal buscamos uma cidade sustentável, quer dizer, que seja vivível pelos muitos próximos anos e que seja cada vez mais agradável e acessível!

 

Como salvar o mundo

Como salvar o mundo

Então para mim a pergunta que temos que responder para qualquer plano da cidade é: DÁ PARA IR A PÉ – independente da condição física?  (em outras palavras: garante acesso universal?)

 

 

Alguns links:

http://www.hypeness.com.br/2013/05/que-tal-tomar-um-cafe-visitar-lojas-e-passear-debaixo-dos-viadutos-da-cidade/

http://ffw.com.br/ffwblog/comportamento/em-nova-coluna-felipe-morozini-declara-amor-e-odio-a-cidade-de-sao-paulo/

http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2013/08/1326012-em-ny-viaduto-velho-virou-grande-jardim-suspenso-por-que-nao-no-minhocao.shtml

http://www.thehighline.org

 



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