Em Campinas, extensão da Avenida Mackenzie terá ciclovia

Faixas exclusivas para ciclistas ficarão entre as pistas do prolongamento até o distrito de Sousas

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Fonte: Correio Popular  |  Autor: Natan Dias  |  Postado em: 28 de junho de 2012

Pedaço de espelho jogado na Mackenzie, próximo à D

Pedaço de espelho jogado na Mackenzie

créditos: Flávio Grieger/AAN

Junto com o prolongamento da Avenida Mackenzie, que irá ligar o trecho entre o trevo sob a Rodovia D. Pedro I ao condomínio Caminhos de San Conrado, no distrito de Sousas, será construída a maior ciclovia de Campinas. A criação de uma via específica para o trânsito de bicicletas na cidade é uma reivindicação antiga de ciclistas de todo o município e a ideia foi acolhida pelos investidores que irão financiar o projeto do novo acesso.

 

A ciclovia será implantada entre as quatro faixas da avenida e terá três metros de largura, com duas mãos, iluminação e, para segurança dos usuários, ficará acima do nível dos carros. Ao todo, serão quase oito quilômetros de extensão.

 

O início das obras do prolongamento está programado para o final de julho, conforme Fernando Garnero, presidente do grupo Brasilinvest, que irá investir cerca de R$ 65 milhões no projeto. A intenção é concluir os trabalhos em um ano. “Vai ser o início da integração entre ciclovias na cidade com outras que precisam ser construídas. O ciclista poderá fazer um passeio completo em uma ciclovia que deve ser a melhor do Brasil”, disse.

 

O fundador e organizador do Grupo Eco’s Bikers, do distrito de Barão Geraldo, e ativistas no movimento Ciclovias para Campinas, Vagner dos Santos, disse que se reuniu com Garnero e com o vereador Luis Yabiku (PDT) para discutir o assunto. “Pedimos que fosse transformado em ciclovia e não ciclofaixa. Sou ambientalista e sei do impacto que a obra pode ter naquela área, mas era algo certo, então que fosse feita uma ciclovia também”, disse.

 

Para ele, a construção da via para os ciclistas dará impulso para que outras sejam implantadas em Campinas. “Queremos chamar a atenção não só para a necessidade de áreas verdes, mas para a questão da mobilidade e integração. Estamos tentando colocar na cabeça da governança e da sociedade que a bicicleta pode ser um meio alternativo de transporte.”

 

A ampliação das ciclovias em áreas onde o poder aquisitivo da população é menor, acredita Santos, pode contribuir para incentivar os deslocamentos com a bicicleta. “Essa ciclovia será utilizada por estudantes e lazer, mas há outros casos, em que trabalhadores também podem utilizá-la para ir ao serviço”, disse. Como exemplo, ele citou os corredores exclusivos de ônibus que serão construídos para o sistema Bus Rapid Transit (BRT), previstos no PAC da Mobilidade. A Emdec informou que há projetos para instalação de várias ciclovias em importantes avenidas de Campinas. 

 

Legislação 

 

“Esse projeto da Mackenzie, é o investidor cumprindo a lei”, disse o vereador Yabiku, autor da legislação municipal no. 13.288/08, que prevê que as novas vias públicas, entre elas pontes, viadutos e túneis, devem prever espaços destinados ao acesso e circulação de bicicletas. “Essa é a primeira via que se está cumprindo essa determinação porque é a primeira que está dentro do que prevê a lei. As próximas também terão que ter”, disse o parlamentar.

 

De acordo com Yabiku, a intenção é fazer também ciclovias ao longo das obras das marginais que serão construídas paralelas à Rodovia D. Pedro I (SP-65). “Queremos nos reunir com o pessoal da Rota das Bandeiras (concessionária que administra a estrada) e discutir a possibilidade de se fazer uma ciclovia que vá até Barão Geraldo. É preciso ver se é possível, com segurança ao ciclista”, afirmou.

 

A Rota das Bandeiras informou que o projeto original das marginais da rodovia não prevê ciclovias. “Se for o desejo da Prefeitura, a modificação teria que ser aprovada pela Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo)”, comunicou pela assessoria de imprensa. A concessionária informou ainda que, até o momento, não foi procurada para debater o assunto.

 

Investidores cotam empresas para a realização das obras 

 

As obras de prolongamento da Avenida Mackenzie podem, segundo o presidente do grupo Brasilinvest, Fernando Garnero, ser concluídas em até um ano após o início das obras. A previsão é de que a construção comece no final de julho. No momento, os investidores fazem orçamento para escolher a empresa que irá tocar o prolongamento da avenida, que criará um novo acesso à região de Joaquim Egídio e Sousas. A previsão é de que até 80 mil motoristas sejam beneficiados pelo prolongamento.

 

O Termo de Ajustamento de Compromisso (TAC) assinado pelo prefeito Pedro Serafim (PDT) no dia 23 de maio deu o aval para os empresários iniciarem a implantação da via.

 

A Arquidiocese de Campinas recebeu um terreno de 20 mil metros quadrados ao final da avenida. No local, os empresários irão erguer uma igreja com 2 mil metros quadrados de área construída e capacidade para 500 fiéis. Como contrapartida, os investidores terão de construir também um centro de referência para idosos e um centro de tratamento para usuários de crack, que serão administrados pela Secretaria de Assistência Social de Campinas.

 

A avenida passará por áreas doadas pela Brasilinvest, Sol Invest, Toscana, Trombeta, Rossi e pela Federação das Entidades Assistenciais de Campinas (Fundação Feac). O projeto prevê a construção de três corredores de fauna, atualmente interrompidos pela estrada CAM-10, e a plantação de 8 mil mudas de árvores nativas na região.

 

O início da implantação será no trevo próximo ao Shopping Iguatemi, no bairro Vila Brandina, próximo à Decathlon e à Leroy Merlin. Atualmente, o volume diário de veículos na Via Expressa Heitor Penteado, hoje a única ligação com os distritos, é de 50 mil veículos. Na Avenida Mackenzie, esse fluxo é de 25 mil e na Avenida Antonio Carlos Couto de Barros, em Sousas, são 35 mil.

 

Prefeitura tem outros projetos, mas sem data para sair do papel

 

A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) informou que na Avenida John Boyd Dunlop, entre os terminais Multimodal Ramos de Azevedo e Jardim Itajaí, será construída uma ciclovia com 17,8 kms de extensão ao longo do trajeto do leito desativado do antigo veículo leve sobre trilhos (VLT). Outros 7,8 quilômetros serão implantados na Avenida das Amoreiras. Esse trajeto sairá do supermercado Extra Amoreiras e chegará ao Terminal Vida Nova. O primeiro está integrado ao corredor Campo Grande e o segundo, ao Amoreiras.

 

Para a Avenida José de Souza Campos (Norte-Sul), há também um projeto em estudo, para ser implantado no futuro, porém sem qualquer previsão para o início das obras. A ciclovia terá 2,5 quilômetros. O início será no Viaduto São Paulo, o Laurão, passará pela Rua João Iamarino e terminará no Parque Anhumas. Atualmente, há uma ciclofaixa entre a Norte-Sul e a Lagoa do Taquaral, liberada aos ciclistas aos domingos, das 7h ao meio-dia.

 

As ciclovias terão largura de 2,5 metros. Como serão instaladas no canteiro central, ficarão dez centímetros acima do nível do asfalto. A iluminação será específica e estará integrada com o corredor. De acordo com a Emdec, o projeto prevê a interligação entre todas as ciclovias.

 

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