Área central de Lisboa será fechada aos carros a partir de junho

Projeto quer reduzir emissões e vai abranger toda a zona da Baixa e Chiado, por onde só poderão circular pedestres, ciclistas, transporte público e veículos locais

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Fonte: Expresso/ Timeout  |  Autor: Expresso/ Mobilize (edição)  |  Postado em: 31 de janeiro de 2020

Lisboa terá zona sem carros a partir de junho

Lisboa terá zona central sem carros a partir de junho

créditos: Câmara de Lisboa

Ainda neste semestre, a região da Baixa-Chiado, a mais emblemática de Lisboa, se tornará uma Zona de Emissões Reduzidas (ZER). Toda a área será fechada ao trânsito de automóveis, sendo autorizados a circular apenas pedestres, ciclistas, veículos de moradores e lojistas e do transporte público, anunciou nesta sexta-feira (31) o presidente da Câmara Municipal, Fernando Medina. 

 

A medida ficará em discussão pública até meados de março, passará a valer em junho, com as adaptações necessárias concluídas até agosto de 2020. A Câmara estima que haverá menos 40 mil carros trafegando diariamente nessa área, acompanhada de uma redução de 60 mil toneladas de CO2 por ano.  

 

Mapa da área das intervenções na zona da Baixa e Chiado. Imagem: Câmara de Lisboa

  

Para reforçar a mobilidade, será criado um serviço de ônibus 100% elétricos que farão a ligação entre o Marquês de Pombal e a Praça do Comércio. Também será reforçada a Rede de Madrugada da Carris*, explicou Medina. 

 

Segundo o parlamentar, “o objetivo é reduzir a poluição, diminuir o congestionamento de trânsito e melhorar a qualidade de vida e a vivência no espaço público na zona mais emblemática de Lisboa”. Este ano, a capital portuguesa recebeu o título de Capital Verde Europeia, e esta ação vem reforçar essa distinção.

 

Elétricos

Bem servida de transporte público, a zona da Baixa-Chiado conta com duas linhas de metrô, duas de trem, duas estações de barcos e dezenas de linhas de ônibus.

 

Segundo as novas regras, carros 100% elétricos poderão circular em alguns trechos, desde que seja feito um cadastro prévio; já os táxis terão passagem livre, enquanto que os Uber só terão acesso se forem elétricos.

 

Algumas ruas passarão a ser apenas para pedestres, como a Rua Garrett ou a Rua Nova do Almada, enquanto em outras o trânsito será fortemente reduzido, com ampliação de passeios e redução de faixas aos veículos.

 

Nova ciclovia na Rua do Ouro permitirá pedalar até à beira do Tejo. Imagem: Câmara de Lisboa

 

A Rua do Ouro ficará apenas com uma faixa para automóveis, ao lado de uma grande ciclovia, que fará ligação a um nova ciclovia a ser criada na Avenida da Liberdade. Com isso, será possível pedalar de Telheiras até ao rio sempre em via exclusiva para bicicletas. Na Rua da Prata e no Largo do Chiado só circularão elétricos.

 

Nos Restauradores será criada uma zona pedonal que vai estender-se até ao cruzamento da Praça da Alegria e da Rua das Pretas. A ideia é recuperar ali o conceito de "passeio público", como o que existiu até ao final do século 19.

 

As vagas de estacionamento para carros também sofrerão reduções. Na Avenida da Liberdade, uma grande parte do estacionamento será retirada. No total, entre essa avenida e a Baixa vão desaparecer cerca de 500 vagas na via.

 

A Almirante Reis, outra das artérias mais poluídas da cidade, perderá uma faixa de trânsito no sentido descendente, sendo criada uma ciclovia que permitirá ligar o Areeiro ao Martim Moniz.

 

O Príncipe Real, uma das zonas mais congestionadas, também será alterada, deixando de servir ao cruzamento dos carros em direção ao rio Tejo.

 

Os lugares de estacionamento na Baixa serão exclusivamente para moradores. Da mesma forma, o parque de estacionamento subterrâneo dos Restauradores será destinado apenas a residentes e a pessoas com avença mensal.

 

De acordo com o apresentado na Câmara, esta "revolução" no trânsito começará a vigorar em junho, havendo um mês de “período de adaptação”. As multas serão aplicadas somente a partir de julho, e o processo como um todo estará pronto um mês depois, em agosto.  

 

*Carris (Companhia Carris de Ferro de Lisboa) é a empresa de transporte público de Lisboa, responsável por gerenciar os ônibus, bondes (lá chamados elétricos), funiculares e elevadores da cidade.

 

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