Prefeitura de SP retoma projeto de BRT na Radial Leste

Para escolher o modelo de implantação e manutenção do BRT na zona leste da capital, o atual prefeito Bruno Covas pretende ouvir a iniciativa privada

Notícias
 

Fonte: Folha de S. Paulo  |  Autor: Fabrício Lobel  |  Postado em: 11 de maio de 2018

Corredor pode ocupar faixa central da Av. Radial L

Corredor pode ocupar faixa central da Av. Radial Leste em SP

créditos: Fábio Miyata/ Ciclocidade

 

A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (11) que quer retomar o projeto de construção de corredor de ônibus na Radial Leste, anunciado desde 2011, mas que até agora não saiu do papel. A ideia agora é construir um BRT (via rápida de ônibus) sob o nome de Rapidão. A Radial Leste é a principal ligação viária da populosa zona leste com o centro da cidade.

 

Para isso, a prefeitura abrirá espaço para que construtoras enviem projetos de exploração financeira do corredor, num processo chamado PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) que deve durar até janeiro de 2019. A prefeitura acredita que o modelo mais viável seja o de PPP, em que a iniciativa privada se comprometa com a construção e manutenção da estrutura, enquanto o município paga uma taxa ao longo de até 35 anos.


Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o PMI foi convocado porque a Prefeitura havia recebido uma manifestação de interesse da fabricante de ônibus elétricos chinesa BYD. Por lei, ao receber propostas desse tipo, o poder público tem de comunicar o mercado e abrir prazo para que outras possíveis interessadas também façam projetos, para evitar direcionamentos.

 

As propostas das empresas deverão ter como base os projetos já feitos pela prefeitura para a avenida, que preveem 28,8 km de corredor entre a estação Guaianases da CPTM, na zona leste, e o terminal de ônibus Parque Dom Pedro, no centro. O traçado deverá ser no canteiro central da via e contar com 29 paradas, túneis e viadutos exclusivos para os ônibus.

 

Conceito do BRT na Radial Leste, em São Paulo


Estão previstas desapropriações em alguns pontos da avenida. Embora a Prefeitura diga que ainda não é possível dizer onde e quantos imóveis deverão ser afetados, esse tipo de ação costuma atrasar a entrega de construções deste tipo.

 

Estima-se que 25 mil passageiros por hora deverão passar pelo corredor. O investimento previsto é de R$ 551 milhões. 

 

A prefeitura diz que exigirá que as obras sejam feitas sem interromper o tráfego da já congestionada Radial Leste. A empresa construtora também não poderá usar a estrutura do corredor para explorar painéis de publicidade. E também não poderá cobrar taxas para o acesso ao BRT.


A construção de corredores de ônibus, embora seja uma promessa da gestão Doria/Covas, está em marcha lenta na cidade. O prefeito João Doria (PSDB) retirou do Orçamento, em seus 15 meses de mandato, R$ 716 milhões que seriam destinados para construir corredores de ônibus em São Paulo —valor suficiente para implantar quase 30 km de novas pistas exclusivas.

 

Promessa antiga
A promessa de um corredor de ônibus na Radial Leste se arrasta desde 2011. Naquele ano, a gestão Gilberto Kassab (PSD) disse que faria um corredor de 7 km até 2012. A realização da Copa do Mundo na cidade foi uma das justificativas para o projeto. Na gestão Fernando Haddad (PT), a ideia avançou, ganhou projeto básico e recursos. Mas a licitação da obra foi suspensa, já que o TCU (Tribunal de Contas da União) considerou que o projeto básico era falho, havia sobrepreço e que houve restrição à concorrência entre as construtoras. 

 

Leia também:
Cinco impactos da nova rede de ônibus de SP sobre a mobilidade a pé
Lei que adia redução de poluentes em ônibus de SP é sancionada
Idec denuncia violações de competitividade no edital de ônibus em SP
Principais terminais de ônibus de SP perderão ligação direta com bairros
SP tem menor número de viagens de ônibus em 10 anos


  • Compartilhe:
  • Share on Google+

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário