Startups testam projetos de mobilidade em cinco cidades

BH, Brasília, Fortaleza, Juiz de Fora e SP, cidades finalistas do Desafio InoveMob, têm projetos sendo avaliados na prática. Vencedor será anunciado dia 5/12

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Fonte: Folha de S. Paulo  |  Autor: Mara Gama  |  Postado em: 21 de novembro de 2018

Carona a Pé, um dos cinco finalistas do Desafio In

Carona a Pé, um dos cinco finalistas do Desafio InoveMob

créditos: Divulgação

Aplicativos de carona de bicicleta, de carro e até carona a pé; uma solução de recarga para unificar cartões de transporte e um sistema de alerta e rastreamento de casos de assédio estão em teste em cinco cidades brasileiras nos meses de outubro e novembro.

 

Os projetos foram finalistas do concurso Desafio InoveMob, criado para promover alternativas de deslocamento entre grandes centros de atividade, como escolas, universidades, centros empresariais e esportivos, hospitais e terminais de transporte coletivo.

 

Organizado pelo WRI Brasil, entidade focada em pesquisa, estratégias e ferramentas para clima, florestas e cidades, e financiado pela Toyota Mobility Foundation, o desafio foi desenhado para atrair pesquisadores e empresas de serviços.

 

Foram recebidos 100 projetos, de 13 estados. Entre os requisitos estavam o uso de tecnologias limpas, a promoção do compartilhamento de veículos, a contribuição para a acessibilidade de pessoas com deficiência, idosos e crianças e o fomento à equidade de gênero na mobilidade.

 

A primeira peneira resultou em 12 projetos que foram apresentados a prefeitos da Frente Nacional de Prefeitos. Na última etapa, foram selecionados os cinco finalistas, que receberam apoio financeiro de R$ 65 mil para testar seus projetos na prática.

 

O vencedor será anunciado no dia 5 de dezembro e receberá R$ 400 mil para dar escala a seu projeto, com a colaboração dos organizadores do concurso, e implantar o projeto em cidades brasileiras. No total, foram distribuídos R$ 700 mil em prêmios.

 

"O InoveMob surgiu para movimentar o ecossistema de inovação em mobilidade e fazer a conexão entre novas soluções e as cidades dispostas a estar na vanguarda", diz Luis Antonio Lindau, diretor do programa de cidades do WRI Brasil.

 

Finalistas que estão em teste:



Onboard Mobility - São Paulo e Belo Horizonte
A proposta é integrar os diferentes serviços do transporte coletivo em um só cartão, em duas opções: uma pela recarga de crédito de passagens de transporte pelo aplicativo da OnBoard e a segunda como um assistente virtual que ajuda a pessoa a fazer a recarga pelo chat do Facebook, um chatbot de recargas.

 

Nina - Fortaleza
Funcionalidade acoplada em aplicativos que facilita a denúncia de casos de assédio no transporte coletivo. O dispositivo localiza o ônibus/veículo onde o assédio ocorreu e aciona uma rede de usuários próximos, além de gerar um mapeamento de linhas, rotas, trechos e horários em que acontecem a maior parte dos casos de assédio.

 

Carona a Pé - Belo Horizonte
O projeto treina e estimula comunidades escolares a caminharem em pequenos grupos de casa até a escola. Solução para diminuir a circulação de veículos no entorno das escolas e modo de estimular desde cedo um meio sustentável para locomoção.

 


Bikxi - São Paulo
Primeiro serviço de carona compartilhada em bicicletas duplas elétricas. Segundo o diretor do WRI, tem o potencial de migrar usuários do transporte individual motorizado para um modo mais sustentável como a bicicleta e, com isso, de formar novos ciclistas.

 


Bynd - Juiz de Fora e Brasília
Aplicativo de caronas para pessoas e organizações que queiram tornar seus deslocamentos mais eficientes e reduzir gastos.

 

Segundo Ryan Klem, diretor de Programas da Toyota Mobility Foundation, o concurso busca soluções locais e quer servir como "ponte entre os governos e os novos provedores de mobilidade, facilitando a correspondência de soluções adequadas aos desafios existentes".

 

"Quisemos colocar em contato empreendedores e tomadores de decisão e buscamos parceiros estratégicos como a Frente Nacional de Prefeitos e o MobiLab, Laboratório de Inovação em Mobilidade da Prefeitura de São Paulo", afirma Lindau.

 

A seguir, trechos da entrevista de Luis Antonio Lindau, do WRI:

 

Como o público das cidades vai avaliar as experiências?
Em São Paulo, as pessoas da região [das avenidas] Berrini e Faria Lima podem utilizar a Bikxi, um serviço de táxi por bicicleta, e os passageiros do transporte coletivo podem realizar recargas sem enfrentar filas através da solução da OnBoard. Em Belo Horizonte, crianças de sete escolas municipais podem utilizar o Carona a Pé. Na prefeitura de Juiz de Fora e no Ministério das Cidades, os servidores podem combinar caronas através da Bynd. E, em breve, o Nina estará implantado em Fortaleza.

 

Como as respostas do público interferem no resultado?
Uma pesquisa para avaliar a satisfação das pessoas que utilizaram estes serviços está sendo conduzida agora e, além de fazer parte da avaliação final do InoveMob para a escolha do grande vencedor, proporcionará importante retorno às startups para aprimorar seus produtos.

 

Quais os critérios para designar o vencedor?
São três: avaliação da equipe organizadora sobre operação do processo piloto, entrevistas com pessoas das prefeituras onde estão sendo realizadas as experiências e as respostas do público, e avaliação da comissão julgadora.

 

O que é o programa de cidades do WRI Brasil?
Desde 2005, ele desenvolve e replica soluções sustentáveis de mobilidade e desenvolvimento urbano para tornar as cidades mais equitativas, melhorar a qualidade de vida e proporcionar um ambiente onde as pessoas possam prosperar.

 

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