Montagem do Carnaval invade espaço do pedestre em Salvador

Pessoas relatam dificuldade em caminhar pela orla de Ondina devido à ocupação das calçadas e da ciclovia pelas obras de instalação dos camarotes da festa

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Fonte: A Tarde  |  Autor: Bianca Carneiro  |  Postado em: 04 de fevereiro de 2020

Obras do circuito Barra-Ondina retiram espaço do p

Obras do circuito Barra-Ondina retiram espaço do pedestre

créditos: Bruno Concha/Secom

Falta pouco mais de duas semanas para o início do Carnaval de Salvador, e a orla dos bairros Barra-Ondina já está ganhando ares de festa, com a finalização das estruturas montadas para o circuito. No entanto, a ocupação dos locais reservados aos pedestres e as obras que atingem a região têm causado desconforto e insatisfação entre frequentadores do local.

 

Pouco espaço para caminhar, trânsito lento, dificuldade para atravessar a rua e até mesmo falta de sinalização de locais perigosos foram algumas das queixas mais ouvidas pela equipe de reportagem do portal A Tarde. Entre turistas e moradores, a maioria dos entrevistados relatou algum tipo de incômodo com a montagem dos camarotes. 

 

De acordo com os pedestres, o trecho que vai do Porto da Barra até o Clube Espanhol ainda é considerado confortável para andar e se exercitar. Porém, conforme se caminha em direção a Ondina, na região reservada ao camarote do evento, a situação se complica.

 

Acostumadas a andar cerca de três vezes por semana na orla após o expediente no trabalho, as administradoras Cleide Peixoto e Rita Antunes atualmente estão limitando o percurso e evitando a região de Ondina.

 

“Aqui (Barra) tá tranquilo, ainda dá pra caminhar, mas complica lá no início do percurso, em Ondina. Tanto que a gente não está mais indo por lá, não tem mais espaço, ficou muito apertado", explica Cleide. 

 

Já Rita reclama da falta de sinalização. “Acompanhamos as obras desde o começo e não tem sinalização nenhuma”, diz.  

 

Difícil para pedalar

Com espaço reduzido para andar, é comum ver pedestres e corredores invadindo a ciclovia. Para ciclistas como o aposentado Aldemir Nobre, o cenário não só incomoda, como também, ameaça a própria segurança. 

 

“É pedestre na faixa de bicicleta, camarote armado na faixa de bicicleta. Então, quer dizer, qual o espaço que temos para pedalar? A gente se arrisca no meio do ônibus, e por pouco eu mesmo quase fui atropelado um tempo atrás. Tudo isso porque invadiram o espaço do pedestre, que precisa passar pelo meio da rua”, questiona Aldemir.

 

Outro ponto que desagrada, na visão do aposentado, é a iluminação. “Quando chega a noite, você não vê nada, principalmente quem é idoso e enxerga pouco. Que armem o camarote, afinal a festa traz recursos para a cidade toda, mas que respeitem o espaço dos outros também”, continua.

 

Apesar da dificuldade com a ciclovia, há quem diga que está acostumado com o período de obra na região. “Eu ando muito de bicicleta e algumas partes da ciclovia ficaram realmente comprometidas. Mas, assim, nada que me incomodasse, é algo que já vivencio há alguns anos, e quem mora em Salvador acho que acaba acatando”, diz o administrador João Vitor Magalhães.

 

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) estipulou o prazo para que as estruturas sejam concluídas até o dia 19 de fevereiro. Após o Carnaval, os responsáveis têm dez dias para desmontar e, posteriormente, dez dias para corrigir possíveis avarias nos espaços públicos.

 

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