Após 10 anos do último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, o Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema) acaba de publicar um novo relatório, com ano base de 2024. O documento aponta uma mudança no perfil das emissões ao longo dos anos, impulsionada especialmente pela evolução tecnológica dos veículos, promovendo queda das emissões de alguns gases, estabilidade ou até aumento de outros. O documento revela que houve avanços mas o crescimento da frota e a maior intensidade de uso dos veículos também impulsionaram emissões.
De acordo com Adalberto Maluf, Secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, o estudo tem como objetivo oferecer informações estratégicas para reduzir emissões, qualificar a gestão ambiental e apoiar a transição para um sistema de transporte mais limpo e sustentável, reforçando o compromisso do país com a saúde pública e a ação climática. “O documento mostra que, embora os avanços nas tecnologias de controle das emissões contribuam para reduzir emissões, eles não são suficientes isoladamente”, explica Helen Sousa, uma das autoras do estudo. “É necessário considerar também a evolução da frota, o uso de combustíveis e os padrões de mobilidade, que têm influência importante para as emissões”, completa a pesquisadora.
O documento aponta um crescimento contínuo da frota de automóveis brasileira desde 1980, chegando a mais de 71 milhões de veículos em 2024. Desse total:
- 63% são automóveis,
- 25% motocicletas,
- 9% comerciais leves,
- 3% caminhões e
- menos de 1% ônibus.
A frota de veículos pesados (caminhões e ônibus) ultrapassou 2,5 milhões de unidades, distribuídas entre:
- caminhões pesados (29%),
- semipesados (24%),
- médios (10%),
- leves (17%) e
- semileves (4%),
- ônibus urbanos (10%),
- rodoviários (2%) e
- micro-ônibus (4%)
Na seção Estudos do Mobilize você encontra a íntegra do documento elaborado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Ministério dos Transportes (MT), com apoio da Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC).
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