Para entregar o VLT Parangaba-Mucuripe até o início da Copa do Mundo, o Governo do Estado deu um “jeitinho”: o equipamento usará a linha férrea do trem de carga que existe no mesmo trecho, uma vez que a linha própria não ficará totalmente pronta a tempo.
Segundo a Secretaria da Infraestrutura (Seinfra), a população poderá usar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) a partir do dia 31 de maio. O percurso total, de 12,7 quilômetros, estará disponível, mas os passageiros só poderão utilizar seis das dez estações do projeto. O restante da obra ficará pronta posteriormente ao Mundial, ainda sem prazo definido.
Com a forma de operação temporária, a linha férrea terá uso alternado entre o VLT e o trem de carga. Segundo a Seinfra, a medida foi tomada para que seja possível realizar a operação assistida dos veículos. “A expectativa era que o empreendimento fosse entregue no fim de 2013, mas por conta de intercorrências comuns para esse tipo de obra, o prazo foi prorrogado”, indicou a nota do órgão.
Como já acontece com a linha do metrô, a operação assistida será gratuita. Dos oito veículos do VLT, dois estão prontos e em Fortaleza. Os outros ainda estão em fabricação. Segundo a Seinfra, essa questão não resulta em problema, pois vagões reservas do metrô podem ser usados.
Obras
Segundo o órgão, atualmente 50% das obras civis do VLT foram feitas. Em trecho próximo à rodoviária, está sendo construído um mergulho para que a avenida Borges de Melo passe por baixo da linha férrea, permitindo que a operação não impeça o fluxo da via. Atualmente, segundo a Seinfra, as paredes convencionais e as muretas guia estão sendo construídas no local. Mesmo que a obra não seja finalizada, a operação acontecerá com passagem em nível e interrupção do tráfego.
Em boa parte do percurso do VLT, é possível ver trabalho a ser feito. No bairro Itaoca, por onde trilhos passam e há a estação do Montese em construção, o clima é de incerteza sobre o funcionamento próximo. “Milagre só Jesus faz, agora maquiagem…”, comentou a comerciante e moradora da área, Cícera Silva, se referindo à entrega mesmo com obras por terminar.
Para a professora universitária Francisca Montezuma, que passa sempre na região, o equipamento pode ser um risco para a população, pois a pressa em entregar faz com que o trabalho, que teve muitos anos para ser realizado, frisa, seja mal feito. Ela lembrou a área próxima ao Castelão, que foi entregue, mas precisou ser refeita e terminada após a Copa das Confederações. “Até as obras que são para dar mais conforto à população são cheias de problema, não é um serviço de qualidade”, lamentou, lembrando os impostos pagos.
Números
R$ 273,9 milhões. Esse é o investimento no VLT. Desse total, R$ 3,3 milhões com projetos, R$ 92,2 milhões com desapropriações e R$ 178,4 com obras.
2.255. Foi o total de metros de arrimo construído no percurso do VLT. O maior trecho está entre as estações do Mucuripe e do Papicu, com 1.018 metros.
12,7 km. Essa é a extensão do ramal Parangaba-Mucuripe. 1,4 km são em estrutura elevada.
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