Em São Luís, o caminhar não é prioridade

Estudante e pesquisadora da UEMA, Larissa Nunes faz um breve relato sobre os critérios para as avaliações da Campanha Calçadas do Brasil na capital do Maranhão

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Mobilize Brasil / Larissa Nunes  |  Postado em: 03 de abril de 2019

Semáforo e faixa de pedestres nas proximidades do

Semáforo e faixa de pedestres nas proximidades do TCE/MA

créditos: Larissa Nunes/Campanha Calçadas do Brasil 2019

Estudiosa do ambiente urbano da capital maranhense, Larissa Nunes explica que sua adesão à Campanha Calçadas do Brasil complementa, de certa forma, seu trabalho acadêmico. "Pesquiso e estudo a vitalidade urbana e a sua relação com as dinâmicas e interações presentes no espaço urbano da cidade de São Luis. Nesse contexto, dentro das minhas pesquisas, procuro catalogar, mapear e analisar os elementos compositivos do espaço e suas relações sócio-espaciais como uma metodologia de compreensão do desempenho do ambiente citadino", explica Larissa. 

 

Atendendo a um pedido do Mobilize Brasil, a pesquisadora produziu um breve relato do trabalho de avaliação ainda em curso na capital do Maranhão.

 

"Para iniciar os trabalhos alinhamos forças entre três avaliadoras – Lorena Gaspar, Camila Ramalho  e eu, Larissa Nunes. Procuramos vivenciar o dia-a-dia dos trajetos executados pelos pedestres até o entorno das edificações escolhidas para as avaliações. Para a seleção desses locais tomamos como principais objetos de estudo os imóveis localizados no Centro da cidade, porque ali está o maior polo de serviços, comércios e instituições da cidade".

 

História
Além dos usos, dos serviços, também as características físicas advindas da história da cidade colaboraram para a seleção dos locais a serem avaliados. "A peculiaridade do traçado e das edificações do Centro foram levados em consideração quando analisamos os graus de caminhabiliadade de São Luís. As ruas e calçadas que no passado foram executadas para receber menores fluxos de veículos e pessoas – e até mesmo não receber o trânsito de veículos automotores, como o núcleo primitivo do Centro Histórico da cidade  - não possuem estrutura para suportar a elevação desse fluxo no entorno das edificações", explicou a pesquisadora. 

 

Mas, além do Centro, outros locais foram selecionados e avaliados em função de suas problemáticas físicas e estruturais de acesso e fluxo de transeuntes, e por serem novos polos de órgãos e serviços públicos. 

 

Veja a seguir um mapa com os locais avaliados em São Luís (MA)

 

 

No decorrer das avaliações a equipe constatou o "baixo grau de caminhabilidade dos ambientes das calçadas de São Luís, que não foram planejados, projetados e executados em prol da mobilidade a pé do cidadão ludovicense". 

 

"O caminhar ainda não é priorizado e, principalmente, ainda não é visto como um meio de transporte primordial à saúde e sustentabilidade da cidade e de seus usuários", concluiu Larissa em sua mensagem ao Mobilize.

 

Larissa Nunes é estudante graduanda do 9° período do curso de Arquitetura e Urbanismo e  pesquisadora-membro do Laboratório de Habitação + Inovação da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), em São Luís. 

 

 

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Comentários

Benedito - 04 de Abril de 2019 às 15:55 Positivo 1 Negativo 0

É de grande valia está pesquisa dando precedentes para que nossas autoridades tomem uma atitude à altura. É essencial que as calçadas tenham um nível padrão dando assim mais mobilidade ao cidadão. Parabéns a Larissa Nunes e demais pesquisadoras.

Rosely - 04 de Abril de 2019 às 10:48 Positivo 2 Negativo 0

Parabéns pela iniciativa!!! São Luis precisa de mais olhares como este para que os gestores municipais tomem as devidas providências.

Milcea - 04 de Abril de 2019 às 10:19 Positivo 3 Negativo 0

Muito importante o estudo, mostra que temos jovens pesquisadores dispostos a contribuir para a tomada de decisões das autoridades municipais, uma vez que a pesquisa demonstra de forma clara as dificuldades que os cidadãos enfrentam ao andar no centro

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