Novos corredores de ônibus "limpos"

A solução para a crise é investir em corredores de ônibus e ampliar o metrô. Simples assim, afirma Adriano Murgel Branco.

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 |  Autor: Adriano Murgel Branco*  |  Postado em: 09 de abril de 2012

Corredor de trolebus em Quito, no Equador

Corredor de trólebus em Quito, no Equador

créditos: Steve Morgan

Muito boa a notícia de que a Prefeitura vai lançar plano de corredores de ônibus. É de 1975 o Plano Sistran, da gestão Olavo Setubal, que propunha a implantação de 280 km de corredores operados por tróleibus, reduzindo ruído, eliminando a poluição e economizando energia. Nesses corredores seriam utilizados quase 2 mil veículos.

 

Na seqüência, o projeto perdeu impulso e sofreu mutilações. O que sobrou, feito nos quase 40 anos que se seguiram, foi meia dúzia de corredores precários, onde os ônibus movidos a combustível se acumulam em filas de 20 a 30 carros, nos horários de pico. Oxalá os novos corredores sejam, de fato, exclusivos para o transporte coletivo troncal, com ônibus movidos a eletricidade e hidrogênio.

 

Enquanto o tempo passou, a cidade congestionou-se cada vez mais, a ponto de se avaliarem os custos diretos e indiretos desse congestionamento, na Região Metropolitana, em torno de 40 bilhões de reais por ano! 

 

Hoje temos um sistema de transporte público de elevada capacidade (cerca de 70 mil passageiros por hora e por sentido), mas que transporta apenas 12% das viagens totais, ficando os restantes 88% (conforme pesquisa Origem-Destino de 2007) a cargo de um sistema de ônibus de baixa capacidade, misturados com os 7 milhões de automóveis, incapaz de atender a demandas maiores do que 10 mil a 15 mil passageiros por hora. 

 

No meio disso, uma gritante ausência de um sistema público de média capacidade (30 mil a 40 mil passageiros) que permita substituir o transporte individual, como se vem fazendo no mundo inteiro. Os corredores farão esse papel, custando muito menos do que o transporte de massa, desnecessário em muitas regiões, e implantando-se com muito maior rapidez.

 

A solução para a crise é investir em corredores e ampliar a rede metroviária simultaneamente, já que é reconhecidamente escassa em São Paulo. Simples assim.

 

* Adriano M. Branco é engenheiro e administrador. Foi secretário de Estado dos Transportes de São Paulo, secretário de Estado da Habitação e diretor de tróleibus da antiga Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC)


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