Candidatos são chamados a se posicionarem sobre bicicleta em SP

Ciclocidade e o CicloBR iniciam eventos para assinatura de "Carta de compromisso com a mobilidade por bicicletas"

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Fonte: Rede Nossa São Paulo  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 13 de julho de 2012

Candidatos de SP e a bicicleta

Candidatos a prefeito de SP e a bicicleta

créditos: Divulgação

 

No próximo final de semana a Ciclocidade e o CicloBR iniciam o projeto “Eleições 2012 e a bicicleta em São Paulo”, realizando encontros com todos candidatos à prefeitura de São Paulo que aceitarem o convite para a assinatura da “Carta de compromisso com a mobilidade por bicicletas”. Candidatos Gabriel Chalita e Fernando Haddad são os primeiros a participar dos encontros.

 

No sábado (14), o candidato Gabriel Chalita (PMDB) participará de uma pedalada marcada para às 10h da manhã, saindo do bairro de Higienópolis em direção ao seu comitê de campanha, onde deverá ser assinado o documento.

 

No domingo (15) é a vez de Fernando Haddad (PT), que também aceitou pedalar por São Paulo, discutir as propostas para as bicicletas e assinar a carta. O encontro com o candidato será 10h da manhã, saindo da Av. Paulista em direção ao comitê de campanha.

 

A Ciclocidade e o CicloBR estão em contato com as assessorias dos demais candidatos para agendar eventos similares e garantir o compromisso do próximo prefeito com a mobilidade por bicicletas.A proposta é igual para todos:

 

1) pedalada pelas ruas da cidade (opcional);

2) apresentação e discussão dos compromissos propostos pelos ciclistas na carta;

3) assinatura do documento;

4) gravação de um depoimento em vídeo sobre a mobilidade por bicicletas (opcional)

 

A carta apresenta 10 pontos com os quais o futuro prefeito de São Paulo deverá se comprometer para promover e garantir a mobilidade por bicicletas na cidade. O documento é resultado de discussões realizadas com a sociedade civil desde maio e de uma consulta realizada pela internet, que obteve mais 1000 respostas de ciclistas e não-ciclistas.

Informações Adicionais

 

 

Carta de compromisso com a mobilidade por bicicletas

"O futuro prefeito ou prefeita de São Paulo assumirá em 2013 uma cidade com graves problemas de mobilidade urbana. Em 2012, a cidade bateu o recorde histórico de congestionamento, com 295 km de vias paradas (dos 800 km monitorados pela CET). Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, essa imobilidade resulta em um prejuízo anual de R$ 34 bilhões para a economia da cidade.

 

Os números refletem uma situação grave, onde motoristas sofrem com a perda de tempo no trânsito; usuários de transporte público, com as péssimas condições e insuficiência de ônibus; e pedestres, com a falta de respeito e espaço para circular com segurança pela cidade.

 

Juntos, todos sofremos com a poluição, a degradação dos ambientes de convivência e o aumento da agressividade nas ruas.

Por todo o mundo, o uso da bicicleta vem sendo tratado como um importante indicador de qualidade de vida, havendo um consenso crescente entre técnicos, gestores e urbanistas sobre a necessidade de inclusão definitiva deste modal nas políticas urbanas.

 

No início deste ano entrou em vigor a Política Nacional de Mobilidade Urbana que, entre outras diretrizes, indica a “prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados”, sugerindo aos gestores públicos atenção especial à mobilidade por bicicletas como alternativa para as cidades.

 

São Paulo ainda não conseguiu incluir a bicicleta de maneira efetiva nas políticas de transporte, contando com uma infraestrutura cicloviária insuficiente e com pouca utilidade para o ciclista urbano - atualmente, as ciclovias, ciclofaixas e rotas de bicicleta estão fragmentadas pela cidade, são incompletas ou possuem problemas de construção e manutenção.

 

A falta de continuidade dos projetos e ações, o descumprimento de prazos e o baixo investimento neste modal colocam um número cada vez maior de pessoas que optam pela bicicleta em risco nas ruas da cidade.

 

Entre 1997 e 2007 o número de viagens de bicicleta cresceu 176%, índice muito superior, por exemplo, aos 31% registrados no modo Metrô ou aos 13% de acréscimo no modo automóvel. Em 2012, estimamos que cerca de 500 mil pessoas utilizem a bicicleta ao menos uma vez por semana na cidade. Por outro lado, o orçamento municipal não alcançou sequer 0,04% do total de gastos do município em transportes de acordo com o Plano Plurianual 2010-2013.

 

Para atender essa demanda crescente, São Paulo precisa de um gestor disposto a investir efetivamente na mobilidade por bicicletas, oferecendo condições de articulação com o transporte coletivo e realizando ações em todas as regiões da cidade (inclusive na periferia, onde vive a maior parte dos ciclistas paulistanos).

 

Apresentamos aqui um conjunto de propostas que deverão nortear o trabalho de gestores/as comprometidos/as com a melhoria da qualidade de vida desta cidade e com a necessidade de transformar o modelo de mobilidade urbana em São Paulo:

 

1) Desenhar um plano cicloviário para toda a cidade baseado em estudos e pesquisas, criando uma rede de ciclovias, ciclofaixas e rotas de bicicleta que garantam deslocamentos seguros e confortáveis aos cidadãos. Executar o plano de acordo com os prazos anunciados para projetos e obras.

2) Aumentar em 0,25% por ano o orçamento municipal de transportes destinado à mobilidade por bicicletas por meio do Plano Plurianual, atingindo 1% do total de recursos em 2017.

3) Promover a participação da sociedade civil, implantando o Conselho Municipal de Transportes, garantindo o acesso fácil à informação e estabelecendo mecanismos efetivos de diálogo formal com a sociedade sobre programas, projetos e ações de interesse dos ciclistas.

4) Integrar a bicicleta ao transporte público, criando redes cicloviárias ao redor dos terminais de ônibus, estações de metrô e de trens. Instalar e manter bicicletários integrados aos terminais e estações, que sejam gratuitos, adequados à demanda e com o mesmo horário de funcionamento do transporte coletivo.

5) “Acalmar” o trânsito, com adoção do limite de velocidade de 50km/h em avenidas, ampliação das “zonas 30km/h” dentro dos bairros e instalação de dispositivos como rotatórias, faixas de pedestre elevadas, sinalização horizontal e outros.

6) Garantir a travessia segura de pedestres e ciclistas em todas as pontes dos rios Pinheiros e Tietê e suas alças de acesso, com a construção de calçadas, faixas de pedestres e ciclovias ou de pontes específicas para esses.

7) Desenvolver e implementar um Plano Diretor que estimule a redução dos deslocamentos, garantindo a distribuição equilibrada de moradias, serviços, empregos, infraestrutura, equipamentos culturais e de lazer por toda a cidade. Restringir a ação da especulação imobiliária, permitindo a densificação sem que haja verticalização excessiva.

8) Desestimular o uso do automóvel, aumentando as restrições de circulação e estacionamento em via pública, ampliando calçadas e calçadões e dando prioridade absoluta aos investimentos no transporte coletivo e na mobilidade de pedestres e ciclistas.

9) Desenvolver campanhas e programas permanentes de educação para todos que participam do trânsito, privilegiando o deslocamento seguro de pedestres e ciclistas. Intensificar a fiscalização dos comportamentos que colocam em risco a vida e ampliar as ações para locais e horários que hoje não têm fiscalização (noites, regiões periféricas e interior dos bairros).

10) Melhorar a convivência dos serviços de transporte público sobre pneus (ônibus e taxis) com as bicicletas, implantando programas de educação e reciclagem permanente de todos os condutores. Garantir condições adequadas de trabalho aos motoristas, privilegiando a direção segura em detrimento da pressa."

 

Eu, ______________________________________________, candidato(a) ao cargo de prefeito(a) de São Paulo, afirmo que, caso seja eleito(a), cumprirei os itens acima, a fim de garantir a melhoria das condições de mobilidade e qualidade de vida na cidade de São Paulo.

Instituto CicloBR de Fomento à Mobilidade Sustentável


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Comentários

Mauro Cesar - 13 de Julho de 2012 às 18:26 Positivo 0 Negativo 0

Além do modal cicloviário SP deveria abrir a discussão sobre o BRT, pedágio urbano e restrição ao estacionamento. Rio e Bh avançam mais do que a capital paulista nas ações das multimodalidades.

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