Mobilidade urbana para deficientes físicos é tema de projetos

Estudantes de uma escola técnica no Rio de Janeiro criaram dispositivos úteis para facilitar a mobilidade das pessoas com deficiência

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Fonte: O Dia  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 18 de dezembro de 2012

Luva indica a aproximação de seres humanos, de ani

Luva indica a aproximação de seres humanos, animais etc

créditos: Divulgação

 

Para tentar minimizar o sofrimento das pessoas com deficiência física, estudantes da Escola Técnica Rezende-Rammel (ETTR) criaram dispositivos para facilitar sua mobilidade. 

 

Cerca de 10% da população mundial (aproximadamente 700 milhões de pessoas) sofre de alguma deficiência física. E a grande maioria enfrenta inúmeros percalços no dia a dia, seja nas vias públicas ou mesmo na própria casa. Isso, embora exista a Lei Nº 10.098/200, que determina a criação de normas e critérios para melhorar a acessibilidade.

 

Allan Marx, 18, por exemplo, desenvolveu um projeto destinado a deficientes visuais. Ele e seu colega Mateus Prearo, 17, criaram um sonar, um instrumento de navegação, para cegos. Trata-se de uma luva que indica a aproximação de seres humanos, de animais e até de objetos. Ao detectar a presença de algo no caminho, o dispositivo é acionado e emite um som alertando a pessoa sobre um possível “obstáculo”. E quanto mais perto ele estiver, mais barulho o material produz.

 

Segundo o aluno de Mecatrônica, a principal função do protótipo é facilitar a mobilidade em vias públicas. A ideia surgiu através de pesquisas sobre quais eram as maiores dificuldades encontradas no dia a dia de um deficiente visual.

 

"A intenção é que a pessoa não use somente aquela bengala longa. Muitos cegos batem com a cabeça em telefones públicos, por exemplo, porque eles têm uma base pequena e a maior parte do aparelho fica mais para cima, onde a bengala não alcança. Ao usar a luva com sonar, o cego não fica preso a nada. Isso lhe dará muito mais autonomia", diz Allan.

 

Allan (E) usa luva com sonar e Mateus (D) | Foto: Divulgação
Allan (E) usa luva com sonar e Mateus (D) | Foto: Divulgação

 

Ele pretende dar continuidade a sua invenção, buscando novas soluções para ajudar as pessoas que enfrentam dificuldades para se locomoverem, em especial, os cegos.

 

Outro projeto que também visa facilitar a vida de deficientes é o de João Pedro, 16. Ele desenvolveu uma cadeira de rodas inteligente destinada a paraplégicos e tetraplégicos. Totalmente motorizada e de baixo custo, a I.W.A (Intelligent Wheelchair Accessible) vem com bateria acoplada e pode ser carregada a luz solar ou na tomada e ainda dispõe de uma cobertura, acionada pelo cadeirante em caso de chuva.

 

"Como eles precisam movimentar a cadeira e ainda ficarem atentos ao movimento da rua, não tem como segurar um guarda-chuva. A cobertura protege não só da chuva, mas de uma gripe, um resfriado ou mesmo uma pneumonia", enfatiza.

 

O aluno João Pedro e sua equipe foram responsáveis pelo desenvolvimento da cadeira inteligente | Foto: Divulgação
O aluno João Pedro e sua equipe foram responsáveis pelo desenvolvimento da cadeira inteligente | Foto: Divulgação

 

Segundo ele, a cadeira de rodas também pode ser controlada pelo movimento da cabeça por meio de sensores: “quando a pessoa move a cabeça para frente, por exemplo, a cadeira vai para frente. Isso dá mais autonomia aos paraplégicos e, principalmente, aos tetraplégicos”, diz orgulhoso.

 

A invenção de João Pedro foi premiada, esse ano, na categoria Mecânica da Expotec Rio, uma das mais importantes feiras estudantis de tecnologia do país. O evento faz parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e visa expor a produção de alunos de cursos de educação profissional e de ensino médio. 

 

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