A bicicleta vence pela simplicidade

O Desafio Intermodal mostra como esse meio de transporte pode ser mais prático do que as formas convencionais de transpor a cidade

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Fonte: Bike é Legal  |  Autor: João Lacerda  |  Postado em: 09 de setembro de 2013

Desafio Intermodal de 2006 no Rio de Janeiro

Desafio Intermodal de 2006 no Rio de Janeiro

créditos: Reprodução

 

 

O mês de setembro é sempre importante para quem promove o uso da bicicleta e de uma "nova mobilidade", cidades mais humanas, etc. Tudo começou com o Dia Mundial sem Carro, um chamado feito por cidades européias em 1994 e que se espalhou pelo mundo em busca de reflexão sobre como podemos devolver as cidades às pessoas depois do "século do automóvel".

 

No Brasil as comemorações e reflexões costumam ser abertas com o tradicional Desafio Intermodal (DI), uma iniciativa que foi re-inventada no dia 31 de agosto de 2006 no Rio de Janeiro através da Transporte Ativo (e da qual orgulhosamente fiz parte). Naquele mesmo ano o pessoal da CicloBR replicou a iniciativa em São Paulo e desde então cidades ao redor do Brasil tem promovido esse estudo de caso que prova o que é óbvio a qualquer ciclista, a eficiência, velocidade e regularidade da bicicleta.

 

A bicicleta é em geral a tradicional "segunda colocada" no Rio de Janeiro, perde em velocidade para a moto. Mas ganha sempre no computo geral das emissões, segurança e satisfação do usuário. Por essa regularidade esse ano no Rio não haverá intermodal, que só volta em 2016. Leia mais sobre essa história.

 

Certamente depois da oitava edição o DI Carioca tem pouco a provar sobre a eficiência da bicicleta. E talvez esse seja o grande desafio, buscar novas formas de dar visibilidade ao potencial da bicicleta para as cidades, pequenas, médias e as gigantescas.

 

São Paulo é certamente um laboratório rico para essa reflexão. As ciclofaixas de lazer tem cumprido o papel de atrair o paulistano para os pedais durante os domingos de folga. A bicicleta na cidade expandiu imensamente seu papel de veículo do prazer e da atividade física e é hoje a maneira mais agradável de percorrer o caminho entre parques através de grandes avenidas.

 

Foi esse o primeiro e grande passo, lá em 2009, que trouxe milhares de paulistanos de volta aos pedais de maneira agradável. A rotina massacrante de congestionamentos e transporte público lotado mostra cada vez mais o cerceamento cotidiano que a cidade com suas grandes e congestionadas avenidas, viadutos e túneis impõe aos cidadãos.

 

Timidamente a administração municipal implementa ciclorrotas através de sinalização horizontal e vertical em ruas mais tranquilas. Um plano que mostra caminhos aos atuais ciclistas ao mesmo tempo que mostra aos motoristas que a bicicleta tem direito e prioridade no trânsito partilhado.

 

Mas infelizmente a tinta se esvai e placas não mudam mentalidades nem incentivam mudanças de comportamento. O poder público tem papel fundamental em garantir que a cidade seja devolvida aos cidadãos. E quem está de fora da administração municipal deve facilitar o trabalho dos técnicos e garantir que a bicicleta possa ser vista como o maravilhoso catalizador de transformações urbanas que é.

 

Lá em 2006 o Desafio Intermodal Carioca provou em rede nacional que a bicicleta era a forma mais eficiente de deslocar-se nas cidades. Sete anos se passaram e precisamos seguir em frente em constante movimento construindo o entendimento de que a bicicleta e os ciclistas que as usam devem ser cada dia mais presença constante na paisagem urbana. Algo que se constrói com incentivos para que mais pessoas pedalem mais bicicletas mais vezes.

 

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