Projeto vai repensar o desenho urbano em São Paulo

Com o objetivo de replanejar a cidade, o WRI Brasil em parceria com a EMBARQ Brasil deu início ao projeto Microacessibilidade no Rio Pinheiros

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Fonte: The City Fix Brasil  |  Autor: Luísa Zottis  |  Postado em: 05 de dezembro de 2013

Praça General Gentil Falcão: segurança para o pede

Praça General Gentil Falcão: segurança para o pedestre

créditos: Mariana Gil/EMBARQ Brasil

 

A foto acima é a prova de que espaço urbano pode ser mais humano e seguro. Basta olhar para sentir vontade de caminhar por ali. E se toda a cidade fosse assim? Certamente haveria mais pessoas nas ruas. O mais surpreendente é que a praça General Gentil Falcão fica na cidade de São Paulo, que é famosa pelos altíssimos índices de congestionamento.

 

Com o objetivo de replanejar a cidade, o WRI Brasil em parceria com a EMBARQ Brasil deu início ao projeto Microacessibilidade no Rio Pinheiros, que vai realizar estudos para mapear os principais problemas nos entornos das estações de trem da região.

 

A ideia central é promover uma mudança de hábitos de deslocamentos. Uma pesquisa realizada em duas grandes corporações locais, como parte do projeto de Mobilidade Corporativa do WRI Brasil e Banco Mundial, indica que 40% dos colaboradores utilizam o automóvel em trajetos de até 1,5 km; e um terço deles, para até 5 km. “Promover melhorias pode atrair motoristas para o transporte coletivo, reduzindo os congestionamentos e impactando na qualidade de vida de toda a região”, afirma Katerina Elias, assistente de Pesquisa do WRI Brasil.

 

Região da Marginal Pinheiros foi escolhida para execução do projeto. (Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasil)

 

VISITA A CAMPO

Nesta terça-feira (3), a equipe da EMBARQ Brasil visitou as proximidades das estações da CPTM Vila Olímpia, Berrini, Pinheiros e Santo Amaro, para fazer o primeiro diagnóstico. O trabalho, que segue ocorrendo até outubro de 2014, resultará num documento com soluções para os principais problemas identificados.

 

Pedestres e ciclistas chegando ou partindo: todos são usuários das vias. Proposta do projeto é fazer melhorias para transformar hábitos de deslocamento e evitar viagens desnecessárias. (Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasil)


Dificuldade: pedestres não têm calçadas suficientes para circular, se arriscando na via dos carros. Uma cena bem diferente da foto abaixo, na praça General Gentil Falcão. (Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasil)


Ponto positivo: pedestre utiliza a faixa para atravessar com segurança. Além da faixa, a via foi estreitada para priorizar quem caminha no local. (Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasil)

 

OPINIÃO DOS PEDESTRES

O TheCityFix Brasil acompanhou o trabalho em São Paulo e aproveitou para conversar com as pessoas nas ruas, que contaram sua percepção do espaço urbano. Confira:

 

Toda a cidade precisa melhorar, pois ela não teve um planejamento inicial. Não cabem mais carros nem pessoas. O ponto positivo são os corredores de ônibus, que estão melhorando a vida dos usuários. Mas também precisamos de uma política pública que priorize pedestres. O mais importante é ter planejamento. As coisas não vão mudar assim, de repente.

Maha Rama Das, 28, analista bilíngue


Em geral, as calçadas aqui do entorno são boas para caminhar. O maior problema que enfrento é o tempo de travessia, geralmente curto. Vejo muitas pessoas se arriscando na frente dos carros por causa disso. Um ponto forte nas estações são os pontos de táxi, que facilitam especialmente em dias de chuva.

José Maria Alves, 49, gerente geral


Nossa ciclovia do Rio Pinheiros foi bem projetada. Considero-a ótima e de fácil acesso. Porém, as outras vias da região não têm ciclovias, o que prejudica o ciclista no acesso à marginal. Para nós, que já temos a bike como estilo de vida, é mais tranquilo. Mas e os iniciantes, como ficam?

Viviane Favery, 27, publicitária e ciclista


Pedalo 2,5km, da Av. Santo Amaro até a estação Vila Olímpia, onde trabalho. Acho que um fator prejudicial é um intenso fluxo de carros e a falta de via exclusiva para bicicletas. Mesmo assim, não é tão difícil para eu chegar até aqui, pois venho antes das seis da manhã, hora em que o trânsito ainda não é tão intenso.

Manoel Francisco Marques, 50 anos, manobrista


Trabalho ao lado da estação, então meu acesso é muito fácil. Porém, existe um canteiro que diminui o espaço do pedestre, prejudicando o tráfego nas horas de pico – é muita gente indo e vindo ao mesmo tempo.

Myrtle Alexis, 28, recepcionista e estudante de relações internacionais


Viviane utiliza a ciclovia da Marginal do Rio Pinheiros diariamente. Ela defende a criação de ciclovias também em outras ruas da região. (Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasil)


Manoel Francismo Marques (e), 50 anos, é adepto da conectividade: utiliza trem e bike para chegar ao trabalho. (Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasil)

 

SAIBA MAIS

Durante sua execução, o projeto Microacessibilidade no Rio Pinheiros será acompanhado pela plataforma Conexões do Rio Pinheiros, que auxiliará no planejamento das soluções apontadas. Formado por lideranças empresariais, instituições de pesquisa e gestores públicos locais, o grupo se reúne mensalmente para impulsionar a criação de políticas públicas em prol da mobilidade e do desenvolvimento sustentável na região.

 

Este texto foi publicado originalmente no site The City Fix Brasil.

 

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