Em Foz do Iguaçu, pessoas usam ciclovia para caminhar, correr e pedalar

Espaço é compartilhado entre modais não motorizados. Sucesso faz sociedade pedir mais estruturas semelhantes

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Fonte: H2Foz  |  Autor: Áurea Cunha  |  Postado em: 06 de fevereiro de 2015

Placa mostra ompartilhamento saudável da ciclovia

Placa mostra ompartilhamento saudável da ciclovia

créditos: Áurea Cunha

 

Para quem anda pela ciclovia na Rodovia das Cataratas, em Foz do Iguaçu (PR) salta aos olhos o aumento na frequência de pessoas caminhando no espaço público. Os motivos vão desde o período de férias, com uma maior presença de turistas na cidade, até uma maior preocupação das pessoas com a saúde e qualidade de vida.

 

É fácil perceber o grande movimento. Em apenas sessenta minutos, das 19 às 20 horas, de uma segunda-feira, foi possível contar 150 pessoas caminhando, correndo e pedalando. Destes, os pedestres foram maioria. 

 

Mas nem sempre foi assim. O espaço nasceu como ciclovia, mas esta foi “tomada” pelos pedestres. Em um dos trechos tem uma placa com os dizeres, ”andar faz bem à saúde”, deixando claro que o lugar se tornou misto, compartilhável.

 

A relação entre ciclistas e pedestres é amistosa e respeitosa. Nenhum dos entrevistados reclamou da presença de um ou de outro. A reivindicação é que o espaço ficou pequeno para tanta gente. No horário de pico a pista fica congestionada. Há buracos em alguns trechos e não tem iluminação.

 

Vez ou outra alguém se assusta com uma bicicleta que passa voando ao lado, principalmente se o pedestre estiver usando fone de ouvidos. Mas no geral, o que se observa, é a camaradagem e gentilezas, principalmente dos ciclistas que volta e meia saem pela grama para desviar dos pedestres. Dá até para dizer que um cuida do outro.


Quem anda seus males espanta 

“Caminho para não ficar uma velha dura em cima de uma cama”, diz a aposentadaLurdes Gonçalves, 65 anos, moradora da Vila Iolanda. Ela conta que antes caminhava no Porto Meira, depois de aberta a ciclovia na Avenida das Cataratas mudou para lá.

 

Ela não se incomoda com os ciclistas, mas acha que a pista poderia ser ampliada. “O ideal é que nosso prefeito fizesse uma pista para o lado de lá da rua, onde tem mais sombra”, reivindica. 

 

Com relação aos benefícios da caminhada para sua saúde, dona Lurdes só vê vantagens. “Com essa idade não tenho diabetes, nem colesterol alto, nem sinto dores”, comemora a senhora.


Investimento seguro 

O bancário Oldemar Cezar, de 51 anos, sabe muito bem o que significa investir e vem fazendo isso na sua saúde e da família com as caminhadas.  Há tempo que ele se propôs a não ficar parado. Participa até de maratonas. Ele vem do centro da cidade, deixa o carro num estacionamento próximo e vai caminhar com a esposa e o filho.

 

Oldemar avalia que a pista está ruim, apertada e com muitos buracos. Segundo ele, a pista é estreita. “O ideal seria fazer uma só para pedestres ou pelo menos alargar esta e fazer marcação de quilometragem”. Mas admite: mesmo precária e congestionada, é um dos poucos lugares que as pessoas têm para caminhar. “Investir em pistas de caminhada é investir na saúde e não na doença”, enfatiza.


Driblando o estresse 

“Percebo claramente o bem-estar quando caminho ou corro, me sinto mais aliviado, durmo melhor”, diz o fotógrafo Jody Cardoso, 39, também morador da Vila Iolanda. Para ele, que carrega equipamentos fotográficos pesados e fica longas horas em pé fotografando, a caminhada ao ar livre se torna uma grande aliada para aliviar a tensão.

 

“Caminho diariamente, todo final de tarde com minha filha Lara. Quando ela não vem, eu corro e faço todo o percurso da pista. “Caminho para aliviar o estresse do dia a dia e também manter a forma”. Sobre a pista, o fotógrafo diz que precisa melhorar. “Já está muito congestionada com ciclistas e pedestres. As vezes corro usando fone de ouvido e não ouço o barulho da bicicleta e quando vejo já está em cima. Se tivesse outra pista ou, pelo menos essa fosse alargada, ajudaria bastante”, diz.


O espaço 

A ciclovia tem 2,5 km de extensão e aproximadamente 1,5 m de largura. Em alguns trechos esse tamanho até diminui. Ela começa logo depois da Churrascaria Rafain e termina próximo do Rio Carimã.

 

Apesar das dificuldades citadas, é um lugar bastante agradável principalmente nos trechos de maior contato com a mata. Nesses, há um frescor perceptível. Pode se ver e ouvir alguns pássaros cantando, além de algumas flores.

 

Há também a concentração de pelo menos quatro hotéis de luxo. Sem contar que é um corredor turístico que leva a um dos maiores destinos do mundo, as Cataratas do Iguaçu.

 

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