Baixada Santista: Faixa viva ainda não é hábito dos motoristas e pedestres da região

Há seis meses, a campanha Faixa Viva, instituída pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), entrou em operação em Santos

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 |  Autor: A Tribuna  |  Postado em: 11 de novembro de 2011

Pedestre atravessa na faixa

Pedestre atravessa na faixa

créditos: A Tribuna

 O objetivo é harmonizar a relação caótica entre motoristas e pedestres nas faixas de trânsito. Em síntese, consiste em estimular o pedestre que quer atravessar a rua a postar-se ao lado da faixa e esticar o braço. Na teoria, o trânsito estanca para ele atravessar.


Mas, na prática, a cena do bracinho erguido de forma espontânea – símbolo da campanha – ainda é tímida nas ruas. Quando há parcas tentativas, o pedestre deve estar preparado para dores e incômodos no braço, por mantê-lo erguido tanto tempo.


Pois, do outro lado do para-brisa, da parte dos motoristas, a Faixa Viva é uma ideia morta nas grandes avenidas: salvo raras exceções (como na faixa diante do Shopping Parque Balneário, no Gonzaga), o pedestre é ignorado.


Estrondo


Na Avenida Ana Costa, na faixa da esquina com a Rua Cunha Moreira, o desrespeito é proporcional ao alto movimento. Com dois prédios comerciais, um de cada lado da avenida, o fluxo de pedestres é intenso. Quanto ao de carros, nem é preciso falar.


“Sempre coloco a mão. Nunca atravesso enquanto não para. Às vezes, funciona”, comenta o aposentado Lino Belo Alvares, de 82 anos.


Somente às vezes. Alguns motoristas não respeitam nem os agentes da CET que trabalham na campanha, nas ruas.


Em uma manhã desta semana, na esquina já mencionada, um caminhão de gás só resolveu parar na última hora, pois havia três braços esticados – dois deles, de agentes da CET. Com a freada brusca, ouviu-se um estrondo que parecia o de uma bomba: no costado do veículo, botijões tombaram.


Pior: “Tem batida quase todo dia. Sem a CET, é uma bagunça. Os pedestres põem a mão a qualquer momento e atravessam. Há um mês, um motoqueiro parou na faixa, o carro de trás não parou e o jogou longe”, diz o advogado Ronaldo Guerra Maransaldi, de 32 anos.


Ao mesmo tempo, A Tribuna flagrou vários pedestres andando pela ciclovia recém-inaugurada, como se fizessem um bucólico passeio pelo Orquidário – se estivesse aberto. Uma senhora, interpelada por um agente, chegou a responder: “Vou voar, então”.


Relutância


A CET divulgou uma pesquisa em que 64,7% dos motoristas dizem já ter parado na faixa, para o pedestre atravessar. Contudo, essa não é exatamente a percepção nem dos próprios agentes da CET.


“Nós estamos fazendo nosso trabalho, mas o pessoal ainda reluta muito (para parar)”, diz o agente, que se identifica apenas como uma “pessoa que paga imposto”.


Por tudo isso, a pergunta que surge é: se em seis meses o resultado observado nas ruas é tão pífio, o que falta? Talvez falte aprender com exemplos de campanhas que deram certo.


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