SP: Mauá ignora polêmica e amplia Zona Azul

O sistema de estacionamento rotativo pago tem sido alvejado pelos parlamentares que, em 2010, aprovaram lei 'no escuro' que autorizou a exploração do serviço

Notícias
 

 |  Autor: Diário do Grande ABC  |  Postado em: 28 de novembro de 2011

Oswaldo Dias (PT)

Oswaldo Dias (PT)

créditos: folharibeiraopires.com.br

Com vereadores da base de sustentação à administração do prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), se dizendo enganados pelo governo e sem as aguardadas explicações do secretário de Mobilidade Urbana, Renato Moreira, a Prefeitura inicia segunda-feira a expansão da Zona Azul.

Chegando a 2.951 vagas, a Zona Azul começará a atingir o bairro Matriz, o Jardim Zaíra e a Vila Assis - já funciona no Centro, Vila Bocaina, e Parque das Américas. A principal reclamação da Câmara é justamente sobre a extensão do sistema para fora de áreas comerciais.

 
A chiadeira, no entanto, poderia ter sido evitada pelos próprios vereadores no ano passado, quando aprovaram projeto que originou a Lei 4.535. O artigo 3 da norma dá total autonomia para o Paço definir as ruas que serão atingidas pela Zona Azul. "Serão objetos da exploração do estacionamento as vias estabelecidas por decreto do Executivo", versa a legislação, sem qualquer menção à restrição da exploração do sistema a áreas comerciais.

 
"Para os intelectuais do PT, digo que me sinto ludibriado. Para os mais humildes, que me sinto sacaneado", externa o situacionista Ivan Gomes, o Batoré (PP), ao relatar acordo verbal com o governo para que a Zona Azul não chegasse a pontos residenciais. "Admito a responsabilidade por não ter colocado emenda para resguardar. Estou arrependido. Sou a favor da Zona Azul, mas contra o abuso."
 

O progressista é apenas um governista descontente com os rumos da exploração do sistema. Na terça-feira, Cincinato Freire (PDT), em discurso inflamado, se disse "traído" pela administração petista.
 

Na tramitação da peça, em 2010, apenas os opositores Manoel Lopes (DEM), Atila Jacomussi (PPS) e Silvar Silva Silveira (PV), além do governista Alberto Betão Pereira Justino (PTdoB), tentaram barrar sua aprovação.
 

"A Câmara assinou 2.900 folhas de cheque em branco. Agora não adianta chiar", conforma-se o democrata.
 

Os vereadores também se dizem vítimas de boato espalhado na cidade pelo governo de que são os responsáveis pela implementação da Zona Azul. "Se os parquímetros são meus, vou mandar arrancar", diz Batoré, cuja rua onde mora, na Vila Bocaina, recebeu vagas demarcadas em agosto. "Já é difícil minha mãe me visitar, imagine tendo de pagar", conclui o político-humorista.
 

SEM CONVITE


A Prefeitura informou que, ao contrário do afirmado pelo presidente da Câmara, Rogério Santana (PT), o secretário Renato Moreira não foi convidado para explicar a Zona Azul na terça-feira.
 

A nota também versa que "não há orientação a funcionários para atribuir a vereador a autoria do projeto. Pelo contrário: os comunicados emitidos sobre o estacionamento rotativo deixaram claro que o projeto surgiu de demandas levantadas por comerciantes, bem como de seus usuários."

 


  • Compartilhe:
  • Share on Google+

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário