Trânsito da cidade de SP já matou 16 ciclistas até setembro

Junho foi mês mais violento, com seis mortes. Associação cobra da prefeitura construção de ciclovia na Ponte Eusébio Matoso, obra prevista desde 1994

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Fonte: G1  |  Autor: Veruska Donato  |  Postado em: 31 de outubro de 2018

Sem ciclovia, muitos ciclistas usam a pista dos ca

Sem ciclovia, muitos ciclistas usam a pista dos carros

créditos: Reprodução SP1

São Paulo teve 16 mortes de ciclistas de janeiro a setembro de 2018, de acordo com o Infosiga SP (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo). Destes, 81% dos ciclistas foram socorridos, mas morreram. Junho foi o mês mais violento, com 6 mortes. É o que apurou a reportagem do SP1 da rede Globo desta terça-feira (30).

A falta de ciclovias prejudica ainda mais a segurança de quem pedala. Como em muitos lugares da cidade não há espaço para as bicicletas, os ciclistas têm se arriscado no meio dos carros.

A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) passou um dia inteiro sobre a Ponte Eusébio Matoso que liga o Butantã a Pinheiros. Contou 1164 bicicletas passando pelo local entre 6h e 20h, uma média de 83 por hora. O risco para os ciclistas nesse local já tinha merecido matéria no Mobilize há duas semanas.   

Desses, 75% dos ciclistas usaram a calçada e não a rua e 56% não estavam com capacete. A associação cobra da prefeitura a construção de uma ciclovia no local. A obra está prevista desde 1994.

A Avenida Eusébio Matoso tem uma extensão de 300 metros e nenhuma placa de sinalização de trânsito nos dois lados. A pista também está cheia de buracos. Na ponte, os ônibus passam quase encostando nas bicicletas. Também é comum que ciclistas se arrisquem entre os carros. A calçada acaba substituindo a ciclovia pra desespero de alguns pedestres.

A prefeitura disse que a SPObras prepara a licitação do projeto executivo da ciclopassarela e que o lançamento do edital das obras está previsto para o final de 2019. Também informou que o novo plano cicloviário da cidade prevê a implantação de 1.420 km de ciclovias até 2028.

Faltam paraciclos

O número de bicicletas em circulação na capital praticamente dobrou em 2017, segundo um estudo da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Outro problema para os ciclistas na capital é a falta de segurança quando eles precisam deixar a bicicleta. A cidade tem 200 paraciclos públicos, que são estruturas onde se pode deixar a bicicleta.

A equipe de reportagem do SP1 percorreu vários pontos e encontrou situações como essa, na Avenida Jabaquara e até na Paulista. Sobre os paraciclos, a CET disse que notificou os responsáveis pelos equipamentos da Avenida Jabaquara e que os da Paulista já foram consertados.

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