Novos 120 ônibus elétricos a bateria foram apresentados ontem (23) pela Prefeitura de São Paulo na Praça Charles Miller, em frente ao lendário estádio do Pacaembu. A entrega dos coletivos integra a meta fixada em 2018 para que a cidade tenha até 2028 pelo menos 50% de seus 13 mil ônibus movidos por motores não poluentes.
O lote de veículos foi viabilizado com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para 69 veículos, e da Caixa Econômica Federal, para os outros 51.
Durante a solenidade, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que a Prefeitura está buscando alternativas para cumprir a meta, com a possibilidade de inclusão de ônibus movidos a biometano, conforme um chamamento público que deverá ser lançado em agosto próximo.
Outra opção é a instalação de carregadores elétricos do tipo Battery Energy Storage System (BESS), que são bancos estacionários de baterias capazes de armazenar a energia elétrica e fornecê-la aos ônibus em garagens municipais, o que reduziria, segundo a Prefeitura, a dependência energética em relação à concessionária Enel. Um dos problemas apontados pela gestão municipal para avançar na transição do diesel para os elétricos tem sido o atraso da empresa de energia em instalar a infraestrutura para o carregamento dos ônibus nas garagens.

“Assinamos um protocolo de intenções com a Matrix Energia e Huawei para a instalação de carregadores BESS dentro das garagens, de forma a reduzir nossa dependência da Enel. São sete projetos, prontos para sete garagens, que vão contemplar algo em torno de 400 ônibus com 44 carregadores. Esses projetos já foram apresentados para a secretaria e para a SPTrans e em breve já estarão instalados nas garagens”, explicou o secretário municipal de Mobilidade e Transporte, Celso Caldeira.
Novos ônibus
Cada ônibus elétrico deixa de emitir, em média, 87 toneladas de CO² (dióxido de carbono) por ano. Com isso, os 120 veículos recém-entregues representam uma redução de 10,4 mil toneladas anuais na emissão de poluentes. Os novos coletivos reúnem expertises de montadoras tradicionais brasileiras associadas a empresas mundiais: as carrocerias são da Caio e Marcopolo, com chassis motorização e tecnologia da BYD, Eletra, Mercedes e Marcopolo.
Com a entrada em circulação dos novos ônibus, a capital paulista passa a ter pouco mais de 900 coletivos elétricos - 700 a bateria e 200 trólebus - ainda longe da meta de 6.500 até 2028. Durante a solenidade, respondendo a um jornalista do Diário do Transporte, o prefeito Ricardo Nunes confirmou os planos para a instalação de veículos leves sobre trilhos no centro da cidade. E antecipou que a proposta é de substitur os atuais trólebus pelos futuros VLTs elétricos.
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