Limpos e silenciosos, os trólebus serão tema de um evento organizado pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp) no próximo dia 14 de agosto. A proposta do seminário “Trólebus: a resposta contemporânea para o futuro da mobilidade” é revisitar a trajetória desse sistema que se mantém há décadas nas cidades.
O evento é gratuito, e acontece na sede da entidade (Rua Genebra, 25, 1º andar, Bela Vista). A iniciativa tem como objetivo abrir o debate com a sociedade, e demonstrar que o trólebus continua essencial para uma mobilidade urbana sustentável, tecnológica e moderna.
Trólebus, há 76 anos
Eles surgiram bem antes dos atuais ônibus elétricos a bateria, primeiramente na capital paulista, em 1949, e depois se espalharam por várias outras cidades brasileiras, onde aos poucos foram sendo abandonados e substituídos por poluidores ônibus a diesel.
Hoje, os trólebus - veículos movidos por energia captada da rede elétrica - operam basicamente na cidade de São Paulo e na região do ABC, no famoso corredor ABD. Além disso, apenas a cidade de Santos, no litoral paulista, mantém um veículo histórico em circulação, para uso turístico.
Agora, em São Paulo os trólebus também parecem estar com seus dias contados. Mesmo sendo reconhecidamente um sistema de matriz limpa, sustentável, suas linhas foram sendo gratativamente reduzidas na cidade. Atualmente há somente uma linha operando, a mais antiga a Machado de Assis - Cardoso de Almeida (408A-10), em circulação desde abril de 1949. Outras linhas integram o Corredor Metropolitano ABD, que abrange os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, com extensões para os bairros paulistanos de Jabaquara e São Mateus.
Várias cidades do mundo têm modernizado os sistemas de trólebus e incorporado novas tecnologias, inclusive com modelos de ônibus que alimentam suas baterias utilizando a catenária em alguns trechos ou apenas nos terminais. Um exemplo é o e-Trol, desenvolvido pela brasileira Eletra.
Porém, um plano do prefeito Ricardo Nunes (MDB), confirmado dias atrás em entrevista ao site Diário do Transporte, fala na extinção do sistema de trólebus paulistano até 2030. É quando se pretende pôr em circulação no centro da cidade uma linha de Veículos Leves Sobre Trilhos (VLTs), projetada pela prefeitura. A alegação do gestor para querer tirar os trólebus de circulação é o custo de manutenção da rede, algo em torno de R$ 20 milhões.
Confira a programação do Seminário "Trólebus: a resposta para o futuro da mobilidade"
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