Uma pesquisa da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) mostra que a maioria dos usuários de bicicleta entrevistados se sentem seguros para pedalar pela rede cicloviária da cidade.

O trabalho foi realizado entre usuários da ciclovia do bairro Barão Geraldo e traçou o perfil dos usuários de bicicleta na zona norte: 45% usam a bicicleta tanto em dias úteis como nos finais de semana, e a maioria deles pedala ao menos três vezes por semana, de 5 km a 15 km por dia. Os resultados revelam que investimentos em infraestrutura para bicicletas podem ser alternativas efetivas ao transporte motorizado.

Campinas conta hoje com 123 km de infraestrutura cicloviária, sendo 56,6 km construídos nos últimos 4 anos. As estruturas existentes ainda encontram-se espraiadas, carecendo de conexões para formar uma rede, mas fazem um papel importante ao se integrarem com terminais de ônibus e universidades, por exemplo.

O Mobilize Brasil entrou em contato com a Emdec para saber mais sobre a gestão e os planos futuros da empresa em relação à infraestrutura para apoio e conforto dos ciclistas. As respostas foram dadas por e-mail.

Existem pesquisas semelhantes nas demais ciclovias da cidade? Como é o uso dos demais trechos em comparação com a ciclovia de Barão Geraldo, coonsiderando o perfil dos usuários, qualidade das ciclovias e a demanda/uso? 

Emdec: A primeira pesquisa que traça o perfil de usuários de ciclovias foi realizada em Barão Geraldo, justamente pela predominância da comunidade universitária, que apresenta alta frequência de utilização da bicicleta para deslocamentos. A Emdec planeja expandir esse mapeamento de perfil para outras infraestruturas cicloviárias de Campinas, porém, o cronograma está sendo discutido. Além de permitir traçar o perfil dos ciclistas, esse tipo de pesquisa projeta, por amostragem, o número de usuários das rotas cicloviárias.

Segundo as informações divulgadas pela Emdec, Campinas conta com mais de 123 km de estruturas cicloviárias, mas há carência de conexões entre os vários trechos. A cidade tem projetos de expansão/conexão da infraestrutura existente? Em caso afirmativo, quais trechos e qual a previsão?

Emdec: Duas novas rotas cicloviárias estão em implantação no município, com obras em andamento: A primeira - Mercedes Benz - começa no entroncamento com a rodovia Santos Dumont (SP-075), na região do Distrito Industrial de Campinas (DIC), com 3,14 km. Atenderá às áreas industriais, comerciais e instituições públicas, de modo a promover a integração com o transporte público coletivo. A rota cicloviária corta bairros da região como Distrito Industrial, Planalto de Viracopos, Aeroporto de Viracopos e São Pedro de Viracopos. 

Outra ciclovia liga o Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão com o bairro Barão do Café e Mata Santa Genebra, com 6,79 km. Começa na rua Mata Atlântica, segue pela avenida Engenheiro Jorge Bierrembach de Castro, rua Helenita Aparecida Bassan de Sá, até a avenida Dr. Eduardo Pereira de Almeida. Continua pela rua Gilberto Pattaro, até a avenida Santa Isabel, interligada com a ciclofaixa já existente no local. No outro trecho, inicia na rua José Martins, em conexão com a ciclovia existente no local e segue pela rua Antônio Pierozzi, até a praça Durval Pattaro.

Quais são as principais queixas dos usuários com relação à estrutura cicloviária de Campinas e quais são os principais desafios na expansão/integração da malha cicloviária da cidade? 

Emdec: A pesquisa realizada em Barão Geraldo apontou como pontos de melhoria a necessidade de interligação com outras rotas, as condições do pavimento e da sinalização. A Emdec vem atuando no reforço da sinalização na rota cicloviária de Barão Geraldo desde o mês de julho, inicialmente no distrito da rota Barão do Café - Mata Santa Genebra, que se conecta a pontos da ciclovia existente. Em relação às solicitações recebidas da população como um todo, a Emdec vem discutindo as propostas para ampliação da malha cicloviária com a sociedade, em especial com grupos de cicloativistas.

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