Olá, leitor do Mobilize! É hora de relaxar, renovar as energias, mas antes.....vamos fazer um balanço, para refletirmos juntos sobre o que de bom - e de ruim - se desenrolou no desenho da mobilidade urbana destes últimos 365 dias? Essa retrospectiva mostra o quanto as políticas públicas avançaram (ou não) e os desafios que persistem. Além disso, é importante para fortalecer em 2026 a retomada da luta por cidades mais acessíveis, humanas e aprazíveis.
Ainda em 2025
No balanço final, o ano deixou "pontas desamarradas" e mais acenos do que propriamente realizações. Melhorias efetivas até houveram, no transporte público e na mobilidade a pé e por bicicleta; mas enquanto ações pontuais, aquém das metas e expectativas.
Aqui, uma pausa: registramos de novo uma notícia triste: a despedida do jornalista Marcos de Sousa, editor do Mobilize Brasil. Ao lado de Ricky Ribeiro, Marcos sempre defendeu com transparência e profissionalismo a linha do portal, dedicando-se sem trégua à luta por cidades justas e sustentáveis. Fica a lição inspiradora, que anima os amigos da mobilidade a seguir em frente.
De volta à mobilidade
O ano não surpreendeu os que se deslocam pelo transporte mais utilizado no Brasil, o ônibus. O serviço continuou lento na maioria das cidades, mesmo na maior delas, São Paulo, como aponta um relatório realizado pela própria SPTrans.
Em agosto, o destaque fica para o pedido do presidente Lula de um estudo sobre tarifa zero nos ônibus de todo o país. Também uma boa perspectiva é o assunto, cada vez mais abordado (inclusive pela última COP em Belém), da eletrificação da frota. De um lado, a capital paulista anuncia a superação da marca de mil ônibus elétricos; de outro, um estudo revela que, até 2030, mais de 14 mil ônibus a diesel já poderão ser substituídos.
Enquanto isso, a polêmica sobre a segurança ou não do serviço de mototáxi vai e volta na mídia. Liberado pela Justiça de São Paulo em maio, o transporte na garupa da moto foi barrado pela Prefeitura; e voltou a ser liberado em outubro, seguindo sem regulamentação.
Nos trilhos, não houve avanço no metrô, embora licitações e estações tenham sido divulgadas. No maior sistema, o de São Paulo, os 50 anos do sistema foram celebrados, porém o aumento médio foi de apenas 2 km de linhas por ano. Mais alentadoras foram as notícias sobre o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Além da inauguração de um novo trecho em Santos (SP); tivemos o anúncio de financiamento do VLT de Niterói (RJ); a definição do consórcio que fará um ramal em Fortaleza (CE); o início das obras do VLT de Arapiraca (AL); e a chegada dos primeiros trens reformados em Salvador. Outra novidade - sob pneus mas chamado de bonde - é o novo BUD de Curitiba.
Já para quem pedala ou caminha, pouca coisa mudou. Um estudo da Aliança Bike revelou que a malha cicloviária nas capitais cresceu... mas lentamente (5% ao ano). São Paulo continua à frente (737 km), seguida do Distrito Federal (626,5 km), Fortaleza (477,6 km) e Rio de Janeiro (319,4 km).
Para terminar, justiça seja feita: em novembro, foi determinada a prisão do motorista que atropelou e matou a cicloativista Marina Harkot em São Paulo. Já no DF, justiça em falta: na carta "Cada um por si", de pesar às vítimas da violência no trânsito, entidades, entre elas o Mobilize Brasil, denunciam a vulnerabilidade do pedestre nas ruas. Essa batalha deve voltar à cena, mas em 2026.
Boas festas e até 2026!
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