Terminais na periferia evitam que caminhões entrem no centro de Paris

O principal objetivo do governo é a redução dos impactos ambientais

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Fonte: R7  |  Autor: Fábio Cervone  |  Postado em: 26 de março de 2012

Caminhões têm que respeitar restrições de circulaç

Caminhões têm que respeitar restrições

créditos: Wikimedia Commons

A polêmica sobre a restrição de circulação de caminhões na cidade de São Paulo retomou o debate sobre as dificuldades de aliar as necessidades econômicas das metrópoles e a qualidade de vida do morador e frequentador dos centros urbanos. Em Paris, centros logísticos instalados na periferia e meios alternativos de transporte evitam a circulação de caminhões e suas cargas dentro da cidade. Apesar da melhora no tráfego urbano, os principais focos das políticas de transporte não visam à redução dos engarrafamentos, mas sim a diminuição dos impactos ambientais.

 

Desde os anos 70, o governo francês procura redistribuir a circulação de mercadorias em caminhões nos principais concentrações urbanas do país. As autoridades instalaram parques logísticos distribuídos pelas periferias das cidades, ao mesmo tempo em que desestimularam a circulação de cargas pesadas dentro delas.

 

Estes parques logísticos funcionam como centros de distribuição e estão localizados próximos aos aeroportos, portos, ao longo rodoanel de Paris e estradas conectadas ao sistema rodoviário nacional.

 

Por meio de um Plan de Déplacements Urbain (plano de mobilidade urbana) disponibilizado pelo próprio governo, a iniciativa privada pode decidir melhor onde instalar plataformas de produção e redistribuição, se aproximado assim das zonas de consumo e das infraestruturas existentes. O plano de mobilidade permite também integrar dois ou mais modos de transporte, como o transporte aéreo (avião), o rodoviário (carros e caminhões), férreo (trem) e hidroviário (barco).

 

Nos terminais, os grandes caminhões de carga podem remanejar os produtos para veículos de menor porte e menor impacto ambiental sem precisar entrar na cidade. O modelo de Paris só foi possível com o diálogo entre o setor público e privado, canalizando ambos os investimentos em um mesmo sentido.

 

Outras alternativas

 

Se isso parece uma boa alternativa para a cidade de São Paulo, em Paris os franceses já estão um passo a frente. Além do próprio plano de mobilidade urbana ser constantemente rediscutido entre os administradores públicos e privados, os empresários por conta própria procuram alternativas para diminuir os impactos da circulação de caminhões na cidade. A rede de supermercados Franprix, que possui 80 lojas, por exemplo, anunciou na quarta-feira (21) que irá abastecer parte de suas lojas utilizando barcos pelo Rio Sena, principal rio da cidade e que chega até o centro.

 

Outro supermercado parisiense, o Monoprix, utiliza desde 2007 a rede de trens urbanos para distribuir seus produtos não perecíveis. A carga ao chegar às estações ferroviárias localizadas no centro de Paris é transferida para pequenos caminhões, que funcionam com gás natural. Estes por sua vez, entregam as mercadorias nas lojas antes das 7 da manhã, horário limite para descarregar carga na cidade. De acordo com um estudo do Banco Mundial, esta iniciativa economiza por ano 10 mil litros de diesel.

 

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