O estado de Nova York obteve uma ordem judicial que impede temporariamente o governo de Donald Trump de reter aprovações ou fundos federais para os projetos de transporte locais. Enquanto isso, o presidente norte-americano prossegue em tentativas para acabar com o programa de taxas de congestionamento de Manhattan.
O governo federal ameaçou reter os fundos e as permissões, a menos que Nova York pare de cobrar pedágios para dirigir na zona pedagiada do distrito. O Juiz Distrital dos EUA, Lewis Liman, deferiu na terça-feira (27) um pedido da Autoridade de Transporte Metropolitano (MTA) para bloquear tais esforços do governo federal até 9 de junho, enquanto avalia se os EUA têm o direito legal de suspender o pedágio.
A ordem de Liman significa que o programa — projetado para reduzir os congestionamentos e a poluição, além de arrecadar recursos para modernizar o sistema de transporte público da cidade — muito provavelmente continuará em andamento enquanto a batalha judicial avança.
A decisão representa uma vitória para o governo local, já que o governo Trump, ou retira o apoio a projetos regionais - como a reforma da Penn Station, do metrô de Nova York -, ou precisa assumir sua implementação. Além disso, no início de maio Trump afirmou que os EUA não financiariam o projeto ferroviário de alta velocidade da Califórnia, que sofre com atrasos e custos crescentes.
A MTA administra o metrô, os ônibus e as linhas de transporte urbano da cidade e está implementando o novo pedágio em NY. Seu programa de capital de US$ 68,4 bilhões (2025-2029) conta com US$ 14 bilhões em financiamento federal. Projetos em risco no curto prazo incluem US$ 2,2 bilhões em planos para manutenção de metrôs e ônibus, além de obras ferroviárias que o estado submeteu recentemente à aprovação federal, de acordo com documentos judiciais.
Taxa de congestionamento
A taxa ajudou a aliviar o trânsito na região. A maioria dos motoristas paga US$ 9 durante o horário de pico para entrar em Manhattan ao sul da Rua 60. Cerca de 8,1 milhões de veículos a menos entraram no distrito comercial central de Manhattan desde o lançamento do pedágio, em 5 de janeiro, até abril, representando uma queda média diária de 11%, segundo dados da MTA.
Enquanto muitos motoristas reclamam de pagar mais para ir ao trabalho, a compromissos e outros eventos, o apoio ao pedágio está crescendo à medida que as pessoas vivenciam deslocamentos mais rápidos e menos trânsito. Uma pesquisa do Siena College, realizada de 12 a 15 de maio, revelou que 39% dos eleitores registrados no estado desejam a manutenção da taxa, em comparação com 29% em dezembro, que a apoiavam.
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