Cidades Saudáveis, o exemplo de Londres

Mara Gabrilli, do blog Direito de ir e Vir, escreve sobre o investimento de Londres na melhoria de suas calçadas: foram cerca de 800 milhões de reais em 90 ruas

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Fonte: Direito de Ir e Vir  |  Autor: Mara Gabrilli  |  Postado em: 15 de maio de 2013

Londres: 800 milhões para calçadas

Londres: 800 milhões para a renovação das calçadas

créditos: The Atlantic Cities
Segundo pesquisa realizada por um grupo londrino de saúde pública, o transporte de qualidade, aliado a boas calçadas, podem estimular as pessoas a caminharem para seus destinos de trabalho ou educação, e assim favorecer sua saúde. A redução de doenças do coração foi um dos maiores índices alcançados. Mas estudos recentes já mostraram que alguns fatores de risco ligados ao câncer podem ser prevenidos incorporando à rotina uma hora de caminhada diária.
 
A União Europeia, por exemplo, tem se utilizado muito do conceito de “Health Inequalities” (desigualdades na saúde). Isso significa que, entre grupos, populações ou indivíduos, existem desigualdades em seu estado de saúde que são injustas e podem ser evitadas. Essas diferenças existem por causa de questões sociais, ambientais e econômicas, que podem ampliar o risco de incidência de algumas doenças em populações mais vulneráveis, por falta de ações de prevenção ou mesmo de oportunidades de acesso aos tratamentos corretos. Ou seja, o fator de risco de determinadas patologias está no próprio meio.
 
Podemos fazer um paralelo da situação das pessoas com deficiência no Brasil, onde a carência de centros de habilitação e reabilitação, somada à falta de planejamento urbano, fazem com que os brasileiros com alguma deficiência tenham um quadro de saúde mais vulnerável que o da população em geral.
 
Para atender bem a esse enorme contingente, que hoje corresponde a cerca de 23% da população, é preciso investir em políticas públicas que integrem várias áreas de interesse da população: saúde, trabalho, lazer, educação, cultura. Todas essas políticas públicas se co-relacionam à mobilidade urbana, se levarmos em consideração que para ter acesso a qualquer uma delas, o cidadão precisa, no mínimo, de passeio e transporte público em boas condições de uso. A saúde, a autonomia e a dignidade passeiam, literalmente, pelo direito de ir e vir.

Em Londres, as calçadas são padronizadas, planas e amplas, e contam também com extensas guias rebaixadas que comportam duas ou mais cadeiras de rodas simultaneamente. Para os londrinos, as calçadas são como o “centro da nossa vida diária e econômica”. Por isso, a Prefeitura investiu nos últimos anos cerca de 250 milhões de libras (algo em torno de 800 milhões de reais) para melhorias em 90 ruas principais e estratégicas, além de firmar parcerias com a iniciativa privada e com o comércio local para a revitalização de 600 ruas.

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