A revolução da mobilidade urbana

Cada passo, cada giro do pedal poupam quilos de carbono no ar, na água, no solo. Leia o Editorial da Newsletter semanal de número 164 do Mobilize Brasil

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 12 de junho de 2015

Cada passo, cada giro do pedal poupam quilos de ca

Cada passo poupa quilos de carbono no ar, na água

créditos: Caroline Pires/Mobilize Brasil

 

Nesta semana, líderes do G7 (EUA, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido) deram sinais de que pretendem reduzir o uso de combustíveis fósseis até 2050 e bani-los completamente até 2100. Anunciada na semana do meio ambiente e recebida com desconfiança, a notícia é promissora e aumenta as chances de um acordo global sobre o tema durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 21, que acontece em Paris entre novembro e dezembro.

 

Numa primeira olhadela, o prazo parece longo demais.  Segundo especialistas, as reservas de combustíveis fósseis passíveis de exploração em todo o planeta totalizam hoje 1,294 x 1012 barris de petróleo, 1,92 x 1014 m3 de gás natural, 728 giga toneladas de carvão e 276 giga toneladas de lignito, um outro tipo de carvão.

 

Se extraídos e utilizados para movimentar veículos, acionar usinas elétricas e outros sistemas que processam energia, essas substâncias devem liberar algo como 2.900 giga toneladas de CO2 para a atmosfera. E isso é o triplo do limite calculado pelos especialistas em clima para que a elevação da temperatura se mantenha em 2Celsius até o ano de 2050. Os números foram publicados em 2012 pelo jornalista Bill McKibben no artigo Global warming’s terrifying new math, e confirmados no ano seguinte pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC).

 

Os dados acima servem para lembrar que o Mobilize Brasil trabalha pela mobilidade urbana sustentável, ou seja, para estimular todas as formas de transporte que possam continuar a ser utilizadas sem prejuízo ao ambiente, incluindo o ar, água, solo e aos seres que vivem nas cidades.  Buscamos alternativas para reduzir o uso de veículos automotores e ampliar o espaço para pedestres, cadeirantes, ciclistas e outros modos de mobilidade ativa. Mas, numa escala mais global, contribuímos para baixar as emissões de gases de efeito estufa. Quando deixamos o carro na garagem estamos colaborando para um possível e necessário saneamento da economia mundial. É uma pequena e silenciosa revolução a cada passo, a cada giro do pedal da sua magrela.

 

Assim, quando você sai a pé, de metrô ou de bicicleta para ir ao trabalho, também está colaborando para evitar o derretimento de geleiras da Antártida ou das neves dos Andes, de onde vêm as águas do rio Amazonas, que gera umidade para a Região Sul, que evita a formação de tornados, e assim por diante.

 

Não por acaso, o Mobilize esteve presente no Velo-City, evento da European Cyclists Federation, neste ano realizado em Nantes, França, cidade que está se reinventando com a bicicleta. De lá o colaborador Yuriê César nos mandou um breve, mas interessantíssimo relato sobre o encontro, que reuniu cerca de quatro mil ativistas e pesquisadores. “Em Nantes várias ruas foram devolvidas às pessoas e o automóvel passou a ser um mero veículo tolerado. Com toda certeza, nenhuma cidade brasileira está próxima de se tornar a Nantes de hoje”, concluiu Yuriê, que promete mandar notícias de outras cidades europeias. Aguardem.

 

Ps.: A propósito, por estes dias a atmosfera aqui de São Paulo está “porcamente” poluída e ninguém fala em ações práticas para fiscalizar as emissões dos veículos ou reduzir a taxa de motorização da cidade. Pelo menos durante este período mais seco do ano. Alô, prefeito, alô governador!

 


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