Especialistas em trânsito reagiram com cautela à decisão do diretor-geral do DER-DF (Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal), Henrique Luduvice, de retomar o projeto da colocação de muretas no canteiro central do Eixo Rodoviário de Brasília, o Eixão (DF-002).
O engenheiro e professor da UnB (Universidade de Brasília) David Duarte diz não ser contra a medida, mas defende que o DER sustente melhor a necessidade das barreiras de concreto. "É um projeto muito caro. Se não surtir o efeito esperado, será jogar dinheiro no lixo", alertou o especialista.
Para Duarte, a intervenção certamente reduzirá o número de colisões frontais na rodovia. Porém, ele lembra que alterar o limite de velocidade também poderia contribuir nesse sentido. "Não sou contrário, mas a medida merece um estudo prévio bastante detalhado", argumentou.
Na avaliação do engenheiro José Matsuo Shimoishi, uma das referências do Programa de Pós-graduação em Transportes da UnB, deve haver, ainda, uma preocupação com os pedestres. "Se as pessoas atravessam a rodovia é porque faltam iluminação, limpeza e segurança nas passagens subterrâneas", comentou. Segundo ele, a colocação das muretas teria de ser acompanhada de uma revitalização das passagens.
Técnicos do DER já concluíram o orçamento da proposta das muretas no Eixão: R$ 13,8 milhões. A ideia deve ainda ser discutida com outros representantes do governo local e com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Leia também:
Governo do DF sanciona lei que autoriza empréstimo para obras de mobilidade
Metrô-DF divulga o perfil de ciclistas que utilizam o metrô
Por falta de serviço, DF troca empresa de micro-ônibus em quatro regiões