Estudo chama atenção para a falta de mobilidade em Florianópolis

Trajeto casa-trabalho na capital catarinense leva 44 minutos em média; e mortalidade em acidentes é superior à da maioria das capitais, revela estudo de universidade

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Fonte: G1 SC  |  Autor: G1 SC  |  Postado em: 23 de março de 2016

A estimativa de Florianópolis para 2035 é de 800 m

Estimativa de Florianópolis para 2035 é de 800 mil moradores

créditos: Reprodução

 

A falta de mobilidade urbana em Florianópolis foi um dos pontos que mais preocupantes no estudo Sinais Vitais, que mostra indicadores da qualidade de vida na capital catarinense, apresentado nesta segunda-feira (21) na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).  A cidade é também uma das que tem a mais alta mortalidade no trânsito e que mais pessoas assumem dirigir depois de beber, como mostrou o RBS Notícias.

 

Os dados do estudo estão divididos em cinco eixos: segurança, mobilidade, saúde, educação e desenvolvimento urbano. Entre as entidades que fizeram o estudo está o movimento Floripa Te Quero Bem. Segundo a organização, um dos maiores problemas foi conseguir os dados atualizados dos órgãos públicos.

 

Segundo o plano diretor de Florianópolis, a estimativa para 2035 é de 800 mil moradores. Um dos pontos que mais chamou a atenção foi a falta de mobilidade urbana. O trânsito caótico atrasa o desenvolvimento da economia e mata mais do que os homicídios.

 

Morador de Florianópolis leva, em média, 44 minutos da casa ao trabalho (Foto: Reprodução/RBS TV)Morador de Florianópolis leva, em média, 44 minutos da casa ao trabalho (Foto: Reprodução/RBS TV)

 

Problemas de mobilidade

Em Florianópolis, o cidadão fica, em média, 44 minutos no trajeto entra a casa e o trabalho. É uma das maiores médias entre capitais, maior até do que São Paulo, com 42,8 minutos, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). E o número de carros não para de crescer.

 

"O que acontece é que nós vivemos numa cidade onde a economia cresce, mas cresce em uma velocidade reduzida, mais reduzida que a velocidade com que cresce a população.  E o número de carros e motos que entram no círculo do trânsito da nossa cidade cresce", afirmou o gerente-executivo do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (Icom), Anderson Giovani da Silva.

 

O que pode evitar esse crescimento é o transporte público. Mas os números mostram que, por enquanto, ele não é atraente. Ir para o trabalho de ônibus pode ser quase duas vezes mais demorado do que ir de carro ou moto.

 

Capital também tem uma das mais altas taxas de mortalidade no trânsito (Foto: Reprodução/RBS TV)Capital também tem uma das mais altas taxas de mortalidade no trânsito (Foto: Reprodução/RBS TV)

 

Acidentes fatais

Um problema mais sério relacionado ao trânsito é a taxa de mortalidade em acidentes, que é superior a da maioria das capitais. Para cada 100 mil habitantes, 22 morrem. A capital que chega mais perto é o Rio de Janeiro, com quase 17 mortes, conforme o Mapa da Violência de 2014.

 

"Os jovens de 18 a 25 anos que morrem no transito não tem um perfil necessariamente. São praticamente todos os jovens que se colocam em risco no trânsito ou que são colocados em risco no trânsito", disse o gerente-executivo do Icom.

 

Mesmo com tantas mortes, falta consciência dos motoristas. Florianópolis é a capital em que mais pessoas assumem que dirige depois de beber, 9,6% dos motoristas. A média no Brasil é de 4,6%, segundo o Ministério das Cidades.

 

"As estratégias para que se possa controlar o uso do álcool ainda precisam ser reforçadas. Nós precisamos de mais presença de controle nas ruas para que os motoristas se concientizem da importância de, se beber, usar um transporte alternativo", afirmou a coordenadora do Mobfloripa, Cláudia de Servi.

 

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