Com a nova entrega de 60 veículos e tecnologia inédita de recarga, a capital paulista, que já detinha a maior frota de ônibus do Brasil, com 14 mil veículos, ultrapassa a marca de mil ônibus elétricos. Hoje, dos 1009 coletivos elétricos, 820 são movidos à bateria, além dos 189 trólebus, que somados representam uma redução de 35 milhões de litros de diesel por ano, de acordo com a Prefeitura Municipal.
Em nota à imprensa, a Prefeitura de São Paulo comunicou que a entrega dos novos ônibus faz parte de uma programação especial voltada à sustentabilidade, que acontece nesta semana, antecedendo a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Uma lista completa da programação do executivo municipal sobre a COP 30 está disponível no site da Prefeitura. Veja aqui a agenda completa.
Elétrico X Convencional
Além dos impactos positivos ao meio ambiente, os ônibus elétricos emitem menos ruídos, reduzindo a poluição sonora, oferecendo inclusive viagens mais confortáveis e reduzindo o impacto no entorno. Apesar de não serem tecnologias exclusivas dos modelos elétricos, os novos veículos anunciados pela Prefeitura de São Paulo contam também com ar-condicionado, tomadas USB, Wi-Fi e um sistema de monitoramento integrado ao programa SmartSampa, uma plataforma municipal de segurança.
Os investimentos fazem parte do Programa de Metas da prefeitura para o período de 2025–2028 e contam com financiamento do BNDES e do Banco do Brasil. Segundo o prefeito Ricardo Nunes, foram mais de R$2,5 bilhões de investimento.
Discurso X realidade
Em 2009 foi sancionada a Lei Municipal de Mudanças Climáticas (Lei nº 14.933/2009), prevendo entre outros pontos, a eletrificação de 50% da frota de ônibus paulistana, ou aproximadamente 6 mil veículos. Embora a marca de mil veículos elétricos seja bastante significativa, ainda faltam 5 mil novos ônibus que deverão ser entregues nos próximos 3 anos, algo realmente difícil de se concretizar. Vale lembrar que a queima de combustíveis é a principal causa de emissões de gases de efeito estufa em São Paulo.
E o Brasil?
Segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), até julho deste ano apenas 25 dos 5571 municípios brasileiros possuíam ônibus elétricos em circulação, sendo apenas 6 cidades com mais de 10 veículos do tipo na frota.
A cidade de Curitiba, geralmente lembrada como exemplo de transporte e planejamento urbano adquiriu 54 veículos elétricos na sua primeira aquisição, compondo uma frota de de 1189 ônibus. A meta da prefeitura é entregar 138 novos ônibus elétricos até o final do ano. A meta do Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PlanClima) de Curitiba, no entanto, é bastante tímida: eletrificar 33% da frota até 2030, ou seja, pelo menos 391 veículos.
Segundo o Ministério das Cidades, já estão em processo de compra cerca de 2,2 mil ônibus elétricos para atender 92 cidades do País, entre elas Florianópolis (SC), Palmas (TO), Campinas (SP) e Niterói (RJ). Impulsionado pela Conferência do Clima, o Pará deverá receber 503 ônibus, sendo 100 elétricos, para a renovação da frota de municípios como Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara, Santa Izabel, Castanhal, Parauapebas, Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos.
Conforme noticiado pelo Mobilize em agosto (Diesel X Elétricos), um estudo recente do ITDP mostra que o Brasil tem capacidade parta trocar cerca de 14 mil ônibus convencionais por elétricos até 2030.
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