Três propostas para evitar o "inchaço" urbano

Santiago, no Chile, está crescendo para além de seu anel central, com projetos baseados no uso exclusivo do carro. Uma expansão descontrolada e cara. O que fazer?

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Fonte: Plataforma Urbana  |  Autor: Mobilize / Plataforma Urbana  |  Postado em: 30 de maio de 2017

Santiago: expansão acelerada

Santiago: expansão acelerada além do Anel Américo Vespuccio

créditos: Reprodução

Santiago, a capital do Chile cresceu muito nos últimos dez anos e grande parte dessa expansão se deu de forma concentrada, em suas áreas mais centrais. Mas, uma parte equivalente desse crescimento ocorreu em projetos imobiliários de baixa densidade, na periferia da cidade. Segundo os pesquisadores Ricardo Hurtubia e Tomás Cox, a mancha urbana de Santiago cresceu 26% apenas nos últimos dez anos e as distâncias para os novos empreendimentos saltaram de seis para 16 quilômetros entre 2008 e 2014. 

 

Essa expansão periférica foi inteiramente baseada na conectividade via automóvel, o que projeta um padrão de crescimento futuro difícil de reverter, advertem os dois pesquisadores, que sugerem algumas medidas para atenuar os problemas que virão:

 

1. Exigir que os projetos de expansão imobiliária  - existentes e futuros  - ofereçam alternativas de mobilidade mais eficientes do que o automóvel, tais como os trens urbanos existentes em Nova York e Paris. Os custos de implementação e operação destes sistemas deves ser assumidos por aqueles que se beneficiarão da expansão do desenvolvimento urbano Esta deve, obviamente, ser acompanhado por um desincentivo ao dirigir na cidade, através da regulação de estacionamento e, idealmente, a tarifação rodoviária.

 

2. Rever as regras para aprovação de projetos imobiliários. Hoje, nas áreas de expansão, este desenvolvimento se dá principalmente sob a forma de grandes condomínios fechados que desencorajam os deslocamentos a pé e a utilização de transportes públicos.

 

3. Promover novos pólos de desenvolvimento, com oferta de trabalho em subcentros acessíveis por transportes públicos, de forma a melhor distribuição de atividades no território, diminuindo a pressão sobre o sistema de transporte.


Leia o artigo completo (em espanhol) no site Plataforma Urbana


Ricardo Hurtubia
Pesquisador no Centro de Desenvolvimento Urbano Sustentável e professor na Escola de Arquitetura e no Departamento de Engenharia de Transporte e Logística da Pontifícia Universidade Católica do Chile
Tomás Cox
Doutorando no Centro de Desenvolvimento Urbano Sustentável do Departamento de Engenharia de Transporte e Logística da Pontifícia Universidade Católica do Chile


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