Bikes em Copacabana: aumento de 7,5% em três anos. A maioria são ciclistas mulheres

Atividade de contagem de bicicletas, realizada durante workshop no RJ, mostra que a prática ciclística vem crescendo, sobretudo entre o público feminino (134%)

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Pedro Carion / Mobilize Brasil  |  Postado em: 03 de abril de 2013

Mulheres ciclistas: crescimento expressivo no Rio

Mulheres ciclistas: crescimento expressivo no Rio

créditos: Divulgação

 

O workshop A Promoção da Mobilidade por Bicicletas no Brasil*, realizado no mês passado (20 a 22) no Rio de Janeiro, teve entre as atividades a contagem de bikes no bairro de Copacabana, realizado pela ONG Transporte Ativo. Em relação à última contagem, feita há três anos, verificou-se aumento significativo de ciclistas na região: um acréscimo de 7,5%. Deste percentual, chama a atenção o expressivo crescimento do número de mulheres que adotaram as magrelas: 134%.

 

Leia a seguir o balanço do evento, feito pelo cicloativista José Lobo, diretor da Transporte Ativo, em entrevista exclusiva ao Mobilize:

 

Um aumento de 7,5% de ciclistas em Copacabana está dentro das expectativas? 

Da contagem anterior para esta agora passaram-se três anos. O que queríamos principalmente checar era o que mudou após um ano da infraestrutura implantada no local. Se levarmos em consideração o aumento de 7,5% de ciclistas nesses três anos, poderíamos projetar em uma década um aumento de aproximadamente 25%, o que já seria um número bem interessante. Vale lembrar que nos últimos 18 anos estima-se que houve aumento de 445% de ciclistas no município do Rio e de 610% no região metropolitana. Outro fato que temos que levar em consideração é que a contagem foi realizada em um dia de tempo instável, com chuvas esparsas ao longo do dia, o que normalmente reduz o número de ciclistas nas ruas.

 

 

Como avalia o expressivo aumento de mulheres pedalando?

Acredito que a segurança oferecida pela nova infraestrutura foi a principal responsável pelos 134% de aumento. Além do número de mulheres, o de bicicletas com carona também aumentou muito, 100%, sendo a maioria crianças em cadeirinhas, o que reforça a ideia de que a sensação de segurança proporcionada pela ciclofaixa está levando diferentes tipos de pessoas a optarem pela bicicleta com meio de transporte.

 

Na sua opinião, o evento no Rio apontou um rumo promissor para a promoção das bikes como modo de transporte nas cidades brasileiras?

Sim, a grande participação neste evento reforça essa perspectiva. Participaram organizações de todo o país: Ciclocidade e Pedala SP (SP), Pedala Manaus, BH em Ciclo, Ciclo Urbano (Aracaju), Sociedade das Bicicletas, Rodas da Paz e CicloObservatório (Brasília), ACBC (Balneário Camboriú), Cicloação (Recife), BTT Gerais (Juiz de Fora), Educação e Pedal (Vitória), Clube de Cicloturismo do Brasil, Bike Anjo, UCB-União de Ciclistas do Brasil; e de Portugal, MUBi (Lisboa). Todas trocando experiências e informações quem mostram que as bicicletas vieram para ficar e que as organizações estão dispostas a contribuir para a mudança da cultura de transportes em nossas cidades.

 

Que propostas ou novidades trouxeram os órgãos de governo a este evento? Há boas perspectivas para as bikes no planejamento urbano?

No Rio, o planejamento cicloviário e o fomento ao uso de bicicletas fazem parte dos projetos estratégicos da cidade. Logo, as perspectivas são boas, todas as metas têm sido cumpridas e aos poucos a qualidade das infraestruturas implantadas está melhorando. A participação do poder público no workshop tinha como  objetivo mostrar o valor de parcerias com a sociedade civil, tanto por parte do governo, quanto de empresas, ONGs como o ITDP e universidades. Cada um mostrou um pouco do que vem fazendo pela mobilidade por bicicletas e a importância de parcerias com a sociedade civil para seu segmento.

 

Com os dados desta contagem em mãos, o que a Transporte Ativo pretende pleitear aos órgãos municipais? 

O objetivo desta contagem foi avaliar as mudanças após um ano de implantação da ciclofaixa da Figueiredo de Magalhães. Com este levantamento, estamos fomentando informações para projetos melhores e mais adequados no futuro, tanto em Copacabana como em outros locais da cidade. Os dados foram entregues a diferentes Secretarias de governo, de alguma forma envolvidas com a mobilidade por bicicletas na cidade do Rio de Janeiro.

 

* O evento contou com palestras e debates entre membros do poder público municipal e representantes de 15 organizações envolvidas na promoção da bicicleta como meio de transporte, sendo uma delas de Portugal. Dentre os presentes estavam o secretário Municipal de Transportes, Carlos Osório, e o subsecretário do Meio Ambiente, Altamirando Moraes, Clarisse Linke, do ITDP-Brasil, e Carolina Rivas, do banco Itaú-Unibanco, patrocinador do evento.


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