'Bibliocicleta' leva livros a comunidades com pouco acesso à leitura

Projeto criado por estudante de Design da UFBA beneficia crianças e adolescentes da região metropolitana de Salvador e começa a ser replicado em outras áreas

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Fonte: Imagina na Copa  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 19 de abril de 2013

 

Na semana marcada no Brasil como a Semana do Livro Infantil e da Biblioteca, o Imagina na Copa apresenta a história da Bibliocicleta. Um projeto da cidade de Simões Filho, região metropolitana de Salvador, que leva livros a comunidades com baixo acesso à leitura utilizando uma bicicleta adaptada com suporte de carga.

 

A Bibliocicleta foi desenvolvida em 2009, a partir de um trabalho de conclusão de curso de Design, na Universidade Federal da Bahia, pelo então estudante Augusto Leal, 25. A ideia foi uma solução encontrada por Augusto para o destino dos livros arrecadados para uma biblioteca comunitária montada por ele e um grupo de jovens. Apenas duas semanas após inaugurar o espaço, eles precisaram devolver o imóvel ao dono.

 

A escolha da bicicleta, segundo Leal, veio porque eles precisavam de um projeto de baixo custo, que pudesse ser replicado em qualquer parte do mundo onde o acesso ao conhecimento fosse deficitário. “Eu pesquisei biblioteca com ônibus, com animas, com caminhão. Na Venezuela tem a ‘bibliomula’, que leva livros para regiões andinas. Na Colômbia tem o exemplo do ‘biblioburro’, que leva os livros pras crianças das áreas rurais”, conta.

 

A Bibliocicleta é mantida através de doações constantes de livros e circula por escolas, praças, parques e outros locais públicos frequentados por crianças e adolescentes. A cada passeio, todos os exemplares expostos são doados aos seus leitores.

 

“Até agora eu não vi comprovação nenhuma dessa história de que brasileiro não gosta de ler. Eu acho que falta o livre acesso ao livro. O cara ganhar um salário mínimo para manter uma família e ainda comprar um livro de 40, 50 reais, é muito caro”, relata Augusto.

 

Em 2010, o projeto representou a Bahia na Mostra Novíssimos da III Bienal Brasileira do Design e, no ano seguinte, ficou entre os trezentos finalistas do IF Concept Award. Ainda em 2011, a Bibliocicleta recebeu o prêmio de Ponto de Leitura do Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura (Minc).

 

Essa repercussão permitiu que o projeto começasse a ser desenvolvido em outras regiões. Atualmente, com o apoio de entidades parceiras locais e com recursos do Minc voltados para o incentivo à leitura, a Bibliocicleta promove oficinas em Simões Filho para formar agentes interessados em replicar a ideia.

 

“Se a gente acreditar nas nossas ações e botar em prática o que a gente sonha, independentemente do que seja, as coisas são possíveis de serem realizadas. É possível construir o mundo que a gente quer”, conclui o idealizador da Bibliocicleta.

 

 


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