O termo vintage é usado para descrever qualquer peça que tenha pelo menos 20 anos, mas geralmente se refere a objetos usados entre os anos 20 e 60, e que recupere o estilo de vida dessas épocas presentes nas casas, roupas, móveis, automóveis, objetos de decoração e, claro, nas bicicletas. A peça não poder ser nova, nem modificada, ou seja, tem que permanecer no seu estado original.
Quando um produto novo é lançado com design que remete às tendências do estilo vintage, chama-se “retrô” e é justamente este filão que não passa desapercebido pelos fabricantes de bicicletas. A Raleigh, uma das mais antigas fabricantes de bicicletas do mundo, fundada nos Estados Unidos em dezembro de 1888, anunciou a nova versão de um clássico do modelo Chopper. A primeira versão da bicicleta foi fabricada na década de 70, vendeu 1,5 milhão de unidades e fez muito sucesso entre as crianças.
No Brasil, os primeiros relatos sobre bicicletas são datados do final do século XIX, trazidas por imigrantes alemães que viviam em Curitiba e em São Paulo. As bikes eram um artigo de luxo na época, já que não existiam fábricas nacionais e as taxas de importação engordavam bastante seu preço. No início da década de 60, haviam mais de 50 fábricas de bicicletas no país. Entre elas, só a Monark e a Caloi, dominaram, praticamente, o mercado até os anos 90.
Apesar dos avanços tecnológicos dos modelos atuais, cada vez mais leves, esportivos e com design “futurista”, os modelos retrô têm fãs, especialmente entre os que buscam conforto, beleza e a aura histórica que cada modelo possui. É o caso da bióloga Lígia Maria Pereira Lima, de 28 anos, que há três decidiu começar a andar de bicicleta, mas tinha problemas em se acostumar com a altura dos quadros de formato triangular das bikes modernas.
Terminou ganhando de presente do namorado uma Monareta 1984, bicicleta que possui o quadro no formato de J e selim com mola. Feliz com o presente, Lígia garante que o conforto é a maior vantagem de ter uma bike vintage. “O modelo é feito de ferro dura muito mais tem uma manutenção muito fácil. Já que não tem marchas, é só limpar de vez em quando e colocar um pouco de óleo nas correntes”. A Monareta bege de Lígia é um charme. “Toda vez que saio com ela sou parada na rua por pessoas que lembram do modelo e dizem que aprenderam a andar de bicicleta com uma Monareta. Algumas pessoas até perguntam se eu não estou interessada em vender”, conta.
Veja alguns modelos que fizeram sucesso no Brasil: